Nobel da Economia reprovam Trumponomics
Vários economistas laureados com Prémio Nobel atribuem nota negativa a Trump e à política económica que pretende introduzir. Edmund Phelps considera que o Presidente eleito vai causar uma recessão.
Se Donald Trump fosse a exame de uma cadeira ministrada pelo economista norte-americano Joseph Stiglitz, o mais certo era chumbar. Vários economistas laureados com o Prémio Nobel da Economia reprovam o Presidente eleito e o seu plano económico. Mais grave do que isso: para Stiglitz, o republicano vai mesmo causar uma recessão na maior economia do mundo.
Trump toma posse já no dia 20 de janeiro. A poucos dias da sua tomada de posse, durante um encontro da American Economic Association, vários Nobel da Economia manifestaram as suas preocupações em relação à abordagem que o próximo inquilino da Casa Branca prometeu para a economia, desde o seu plano fiscal e de aumento dos gastos públicos até à sua visão protecionista que está a assustar várias empresas norte-americanas — algumas das coisas já voltaram atrás com os seus planos para investir fora do país.
“Há um consenso amplo de que este tipo de políticas que o nosso Presidente eleito propôs estão entre aquelas políticas que não vão funcionar”, referiu Stiglitz, Nobel da Economia em 2001, resumindo as opiniões que foram emitidas num painel que contou ainda com os economistas Edmund Phelps e Robert Shiller.
Phepls foi uma das principais vozes críticas. Para o professor da Universidade de Coumbia, a visão que Trump tem para o setor privado vai acabar por ser altamente nefasto para a competitividade. Argumentou que a interferência do republicano nas decisões das empresas vai acabar por desencorajar a entrada de novos competidores no mercado, privando a economia de fatores como concorrência e inovação.
"Há um consenso amplo de que este tipo de políticas que o nosso Presidente eleito propôs estão entre aquelas políticas que não vão funcionar.”
“O governo de Trump está a ameaçar lançar um pico de prata no coração do processo de inovação”, declarou o Nobel da Economia em 2006, considerando que o plano do republicano para baixar os impostos às empresas e aumentar os gastos públicos em infraestruturas não vai acabar bem. “Uma política como esta corre o risco de levar a uma explosão da dívida pública, causando uma séria quebra da confiança e uma profunda recessão”, salientou.
Uma opinião que foi partilhada por Roger Myerson, que manifestou a sua preocupação com as renegociações dos tratados comerciais e com a mudança para uma política “American First”. Tais abordagens podem comprometer a estabilidade financeira norte-americana, porque nenhum Governo do mundo vai querer comprar dívida norte-americana, diz Myerson, Nobel da Economia em 2007.
Para Stiglitz, a relação dos EUA com os outros países deve ter por base “a confiança”. “Isso está a ser desgastado“, frisou.
Robert Shiller foi o único Nobel da Economia presente naquele painel que preferiu não tentar prever o futuro dos EUA com Trump. “Sou um otimista natural e não queria estar a especular sobre quão mau poderá ser”, referiu.
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