Jovens trabalhadores são os que mais querem regressar ao escritório no pós-confinamento
Os escritórios do futuro serão mais flexíveis e haverá mais procura em zonas suburbanas habitacionais. E são principalmente os jovens até aos 35 anos que querem regressar ao escritório, revela estudo.
Apesar do sucesso do trabalho remoto, os escritórios vão continuar a ser uma aposta das empresas, enquanto espaços promotores de inovação, colaboração e de saúde, bem-estar e produtividade dos trabalhadores. De acordo com o estudo JLLThe Future of Office Demand, que contou com a participação de 3.000 profissionais em vários países, 58% dos colaboradores sente falta do escritório e são os mais jovens — os inquiridos até aos 35 anos — a mostrar um desejo ainda mais forte de regressar.
Os escritórios continuam a ser espaços que encorajam a mentoria e o team building, ou seja, situações que a tecnologia tem dificuldade em replicar, o que explica que, para 44% dos inquiridos, a interação humana e a socialização com os colegas foi do que mais sentiram a falta durante o confinamento, seguindo-se o trabalho coletivo presencial, para 29% da amostra.
Quatro tendências que marcam a procura de escritórios
O estudo global da JLL identifica ainda quatro aspetos essenciais que vão marcar a procura no mercado de escritórios a curto e a longo prazo: o teletrabalho, o design dos espaços de trabalho, a tecnologia e novos padrões nas deslocações.
O teletrabalho será um benefício flexível, para garantir que os trabalhadores continuam a ser produtivos, refere o estudo. Devido à pandemia, os escritórios diminuíram a densidade ocupacional para garantir o cumprimento das regras de segurança e distanciamento físico entre os trabalhadores. A JLL acredita que, a longo prazo, o design dos escritórios será repensado e as empresas vão apostar em espaços de trabalho que estimulem mais a colaboração, a interação, a criatividade e os momentos de lazer entre os funcionários.
A procura imobiliária segue os ciclos económicos, por isso sabemos que estes tempos sem precedentes também estão a criar oportunidades para que as empresas de todo o mundo reimaginem as suas necessidades de espaço de trabalho à medida que regressam ao escritório.
O futuro passará por escritórios inteligentes, com soluções tecnológicas avançadas, que não só contribuirão para aumentar a produtividade como para apoiar as iniciativas de sustentabilidade, saúde e bem-estar das empresas, sublinha a JLL. Por fim, é expectável que haja um aumento pela procura de escritórios em subúrbios habitacionais e com boas ligações aos centros urbanos, mas as cidades continuarão a ser as mais atrativas para as oportunidades profissionais.
“O teletrabalho foi também estudado em Portugal e concluiu-se que existe a necessidade de reequilibrar o tempo passado a trabalhar em casa com o tempo passado no escritório. Isso vai ter implicações nos escritórios enquanto ativo imobiliário, mas acreditamos que será sobretudo a nível da estruturação do espaço e na redefinição dos requisitos de localização, e não necessariamente na perda de área total ocupada”, comenta Mariana Rosa, head of office da JLL, citada em comunicado. A especialista acrescenta que “se é claro que o teletrabalho e a pandemia exigem tendências de menor densificação no espaço de trabalho, devido às prudências do distanciamento social, também é verdade que as empresas reconhecem cada vez mais os ganhos de produtividade, colaboração e inovação que a partilha de um espaço físico traz. Isso não vai mudar”.
Novas estratégias de localização
“A pandemia global forçou muitos empregadores a reconsiderar o papel do escritório no apoio à cultura da empresa e aos seus objetivos”, afirma Christian Ulbrich, CEO da JLL, citado em comunicado. “A procura imobiliária segue os ciclos económicos, por isso sabemos que estes tempos sem precedentes também estão a criar oportunidades para que as empresas de todo o mundo reimaginem as suas necessidades de espaço de trabalho à medida que regressam ao escritório”, acrescenta.
As estratégias de localização das empresas também poderão sofrer alterações: a curto prazo, a empresa considera que haverá uma maior procura em zonas suburbanas e em cidades de segunda e terceira linha, a pensar no escritório como um espaço onde os trabalhadores possam interagir com os colegas em zonas mais próximas de casa. Para quase metade dos inquiridos (49%), a ausência de deslocações entre casa e trabalho foi o fator que mais colaboradores apreciaram no teletrabalho, refere o estudo.
“Ao analisar tendências históricas de crises económicas anteriores, tal como a recessão dos anos 90, o crash das dot.com e a crise financeira global de 2008, a JLL conclui agora que o mercado de imobiliário corporativo recuperou à medida que a economia também foi sendo reconstruída”, explica a JLL. Contudo, a imobiliária considera que é difícil prever quando se iniciará a recuperação, apesar de este ser um momento encorajador para a procura dos escritórios, para promover a criatividade dos empregadores através de estratégias de rotatividade das equipas no regresso aos escritórios e a aposta por espaços de trabalho socialmente distantes.
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