Defesa dos lesados do BES quer que se apure as responsabilidades do Estado

A defesa dos lesados do BES garante que vão exigir a responsabilidade do Estado. Para Miguel Reis, advogado de 170 desses lesados, estamos a assistir a um "branqueamento do que aconteceu" no banco.

Os lesados do BES consideram ser essencial apurar as responsabilidades do Estado, do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu. Em declarações à Antena 1, o advogado dos que perderam o dinheiro no BES, Miguel Reis, assegura que estamos a assistir a um “branqueamento do que aconteceu” no banco português.

“Nós estamos a assistir a um processo de branqueamento do que aconteceu no Banco Espírito Santo para evitar que os verdadeiros responsáveis, que nós não sabemos quem são, mas são quem ficou com os bens e com a massa, não paguem e assumem as suas responsabilidade”, refere o advogado.

Para Miguel Reis, estamos perante um processo político e de manipulação do que aconteceu visando evitar a responsabilidade do Estado, do Banco de Portugal e do Banco Central Europeu. “Enquanto o doutor Ricardo Salgado teve à frente do BES, o BES nunca falhou um pagamento aos meus clientes. A partir do momento em que o Banco de Portugal tomou conta disto tudo, eles nunca mais receberam um cêntimo. Essa é que é a verdade”, acrescenta.

Assim, a defesa dos lesados do BES garante que vão exigir a responsabilidade do Estado e que estes podem vir constituir-se assistentes no processo judicial.

A investigação ao Universo Espírito Santo resultou em 25 acusados, entre 18 pessoas e 7 empresas, segundo o despacho de acusação de 4.117 páginas do Ministério Público. Ricardo Salgado foi acusado pelo Ministério Público de 65 crimes: um crime de associação criminosa, doze crimes de corrupção ativa no setor privado, 29 crimes de burla qualificada, cinco de infidelidade, dois de manipulação de mercado, sete de branqueamento, oito de falsificação de documento e um de crime de falsificação de documento qualificado.

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