Pandemia atira avaliação das casas em Lisboa para mínimos do ano
A avaliação bancária das casas caiu 81 euros em Lisboa em junho, para uma mediana de 3.003 euros. Foi o segundo mês consecutivo de quebra, atirando a avaliação para o nível mais baixo desde novembro.
Os últimos meses têm sido marcados por consecutivos máximos do valor que os bancos atribuem às casas para efeitos de concessão de crédito, apesar da pandemia. Essa tendência voltou a repetir-se em junho a nível nacional, mas esse não foi o cenário junto à capital. A Área Metropolitana de Lisboa foi a única a destoar face à subida generalizada do valor dos imóveis a nível nacional, tendo sido arrastada sobretudo pela descida verificada na capital.
Pela primeira vez em mais de dois anos (28 meses), o valor do metro quadrado dos imóveis situados na Área Metropolitana de Lisboa recuou, para se situar numa mediana de 1.477 euros, aliviando assim face ao máximo definido em maio.
Essa quebra resultou sobretudo da descida da avaliação das casas situadas na capital. Em junho, a avaliação das casas em Lisboa sofreu a maior quebra entre os diferentes municípios nacionais, com esta a regressar a níveis do final do ano passado.
A redução no município de Lisboa foi de 81 euros face ao mês anterior, depois de já em maio ter registado uma quebra de 92 euros face ao máximo estabelecido em abril. No seguimento dessas quebras, o valor do metro quadrado na capital fixou-se numa mediana de 3.003 euros no final de junho, uma quebra de 5% em dois meses. Ou seja, o mais baixo desde novembro do ano passado.
Lisboa, Barreiro e Moita com maior travagem nas avaliações das casas
Fonte: INE
A tendência de descida da avaliação bancária das casas verificada nos últimos meses em Lisboa não pode ser dissociada dos efeitos da pandemia que terá afastado as pessoas da decisão de recorrer ao financiamento bancário. Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas revelam, aliás, que em junho ocorreu uma redução de 27,5% no número de avaliações bancárias efetuadas a nível nacional, para um valor em torno de 16 mil.
A capital parece estar assim a ser a mais afetada por essa realidade. Mas outros municípios da Área Metropolitana de Lisboa também não escaparam a reduções. Essas também chegaram a Almada, Amadora, Barreiro, Loures, Mafra, Moita, Odivelas, Sintra e Vila Franca de Xira, mas em menor dimensão. Se em Cascais a avaliação encolheu em apenas cinco euros, Moita e Barreiro registaram quebras de 24 e 30 euros por metro quadrado, respetivamente.
O Porto, que tem beneficiado de um boom dos preços das casas nos últimos tempos, também sofreu uma redução na avaliação dos imóveis em junho, mas numa escala muito menor. Naquele mês viu a avaliação bancária aliviar face ao máximo estabelecido em maio, com o preço do metro quadrado a descer três euros — bem menos que os 81 euros de Lisboa — para uma mediana de 1.962 euros por metro quadrado.
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