Economia afunda 16,5% no segundo trimestre, a maior queda de sempre
Dada a importância deste número, o Instituto Nacional de Estatística (INE) antecipou para esta sexta-feira a divulgação da estimativa rápida do PIB do segundo semestre.
A economia portuguesa contraiu 16,5%, em termos homólogos, no segundo trimestre de 2020, no qual já foi totalmente afetada pela pandemia. Já face ao trimestre anterior, em cadeia, a quebra foi de 14,1%. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na estimativa rápida do PIB que foi antecipada 15 dias.
Esta é a maior queda do PIB num trimestre de que há registo oficial, como sugere o gráfico do INE. Até agora, a maior quebra do PIB num trimestre, em termos homólogos, tinha sido registada no quarto trimestre de 2012 quando a economia contraiu 4,5%, de acordo com a série histórica do INE que começa em 1996.
“Refletindo o impacto económico da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma forte contração em termos reais no 2º trimestre de 2020, tendo diminuído 16,5% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior”, explica o gabinete de estatísticas.
PIB dá maior trambolhão de sempre
Esta contração é explicada “em larga medida pelo contributo negativo da procura interna para a variação homóloga do PIB, que foi consideravelmente mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo a expressiva contração do consumo privado e do investimento”. Ou seja, com as famílias maioritariamente em casa e as empresas a funcionar a meio gás, a procura interna acabou por ser abalada neste trimestre.
Além disso, a procura externa líquida (as exportações descontadas das importações) passou a dar um contributo ainda mais negativo para o PIB no segundo trimestre, “traduzindo a diminuição mais significativa das Exportações de Bens e Serviços que a observada nas Importações de Bens e Serviços devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes“. Ou seja, a falta de turistas no território nacional levou a uma quebra das exportações superior à redução de importações que ocorreu por causa da pandemia.
Na comparação em cadeia, isto é, a variação entre o primeiro trimestre e o segundo trimestre, o PIB caiu 14,1%, o que compara com a queda de 3,8% registada no primeiro trimestre (face ao quarto trimestre de 2019). Segundo o INE, “este resultado é também explicado, em larga medida, pelo contributo negativo da procura interna para a variação em cadeia do PIB, verificando-se também um maior contributo negativo da procura externa líquida”. Também em cadeia esta é uma queda histórica do PIB.
Neste destaque, o INE informa que manterá a divulgação do PIB a 14 de agosto que, neste caso, será a segunda estimativa, e a 31 de agosto chegarão os dados detalhados do que aconteceu na economia no segundo trimestre.
O gabinete de estatísticas aproveita para avisar que poderá haver mais revisões por causa da divulgação “mais precoce” dos indicadores, “refletindo quer as incertezas associadas à pandemia quer o menor volume de informação primária disponível”. “Contudo, esta antecipação na disponibilidade de informação macroeconómica permite também alinhar Portugal com outros países, designadamente da União Europeia”, assinala.
(Notícia atualizada às 9h49 com mais informação)
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