Bazuca de emergência do BCE já deu quase 9 mil milhões de euros a Portugal
Banco central liderado por Christine Lagarde já gastou 385 mil milhões de euros da bazuca de emergência. Entre junho e julho, foram usados 198,2 mil milhões para comprar dívida pública e privada.
A bazuca do Banco Central Europeu (BCE) para combater o impacto do vírus na economia do euro já ficou com quase 9 mil milhões de euros em dívida portuguesa. A estas compras realizadas entre março e julho acrescem 2,7 mil milhões em obrigações do Tesouro que o BCE comprou desde o arranque do ano.
A instituição liderada por Christine Lagarde lançou, em meados março, um programa de emergência pandémica (PEPP, na sigla em inglês) com 750 mil milhões de euros para comprar dívida pública e privada dos países da Zona Euro até ao fim do ano, tendo posteriormente reforçado o envelope para 1,35 biliões de euros. Foi no âmbito deste programa que o BCE adquiriu 8,805 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro portuguesas, de acordo com a última atualização bimensal da execução do PEPP por país.
Neste período, o Tesouro — que tem vindo a reforçar o financiamento em mercado para responder às necessidades geradas pelo vírus — emitiu 14,524 mil milhões de euros em nova dívida de médio e longo prazo (dos quais 6.751 milhões através de leilões e os restantes 9 mil milhões através de vendas sindicadas). Devido às regras flexíveis deste programa (incluindo a retirada de limites da quantidade de dívida que o BCE pode comprar de cada país), o banco central pode ficar com a maioria da dívida portuguesa.
O grande bolo foi comprado através do PEPP, sendo que o BCE está a reforçar a exposição a Portugal. Após ter comprado 4,15 mil milhões de euros entre março e maio, adquiriu mais 4,655 mil milhões em junho e julho. Portugal foi dois países em que a dívida comprada aumentou, mas de forma global, a execução do programa diminuiu.
No total, o BCE já usou 384,817 mil milhões de euros da bazuca de emergência. Entre junho e julho, foram gastos 198,214 mil milhões. A Alemanha é o país com maior peso (93,016 mil milhões), seguido de Itália (73,432 mil milhões) e França (59,420 mil milhões). A Grécia — que continua a ser excluída dos restantes programas, mas foi incluída neste — ficou com 9,946 mil milhões de euros.
Além do PEPP, o BCE continuou com o programa de compra de dívida que já tinha em curso, a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros e até o reforçou com um envelope temporário de 120 mil milhões a ser usado também até ao final de 2020. Desde o início do ano, o saldo da dívida portuguesa pelo BCE aumentou em 2,662 mil milhões de euros. Só em julho, a autoridade monetária comprou 390 milhões de euros.
Entre os vários programas, o BCE tem engordado o balanço para valores nunca antes vistos. Os dados da situação financeira consolidada do Eurosistema relativos a 7 de agosto de 2020 indicam que a folha de balanço estava no máximo histórico de 6.385.307.000.000 milhões de euros.
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