Salários na construção ultrapassam pela primeira vez os mil euros em plena pandemia
Os salários na construção continuaram a subir, atingindo os mil euros em abril. Todas as profissões do setor registaram aumentos na remuneração média.
A construção foi um dos poucos setores que não parou durante a pandemia e quem desempenha estas funções recebeu mais para sair de casa e trabalhar. Em abril de 2020, o salário mensal médio na construção ultrapassou os mil euros pela primeira vez. Este valor, registado numa altura em que várias empresas do país estavam paradas, representa um aumento de 4,1% face ao mesmo período do ano anterior.
O valor médio da taxa de salário mensal foi de 1.000,1 euros no quarto mês do ano, o que se traduz numa subida de 0,3% em relação a janeiro, segundo os dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho. A tendência de subida dos salários médios verificou-se em todas as profissões do setor.
Destacam-se os aumentos para os operadores de máquinas de escavação, terraplenagem, de gruas e similares (6,5%), para motoristas de veículos pesados de mercadorias (5%) e para os canalizadores (5%). Cerca de 40% dos profissionais no setor são pedreiros e trabalhadores não qualificados de engenharia civil e de construção de edifícios, categorias que viram aumentos homólogos de 4,8% e 3,5%.
A construção não parou durante a pandemia, apesar de ter sido afetada pela paragem da atividade no país e pelos constrangimentos que surgiram nesta altura. Um dos indicadores que mostra a dinamização do setor são as vendas de cimento, sendo que, no primeiro semestre de 2020, “o consumo de cimento no mercado nacional aumentou 9,7%, em termos homólogos”, segundo um relatório de associações do setor.
Neste contexto, as profissões de caráter manual viram também o trabalho ser mais bem remunerado. O salário mensal médio para estes trabalhadores, ou seja, excluindo os engenheiros civis e os encarregados de construção, foi de 873,5 euros, mais 3,9% do que o mesmo período do ano passado.
Com as diferenças entre as qualificações, a discrepância entre os salários das profissões no setor acaba por ser grande. O salário do trabalhador mais bem pago é mais do dobro daquele que recebe menos. Enquanto o salário mensal do engenheiro civil se aproxima dos dois mil euros, fixando-se nos 1.916,5 euros, o do trabalhador não qualificado de engenharia civil e de construção de edifícios é de 813,6 euros.
De salientar que a remuneração média dos trabalhadores portugueses, no geral, também subiu, no segundo trimestre deste ano, embora tenha desacelerado, penalizado pelo regime de lay-off a que muitas empresas aderiram. Fixou-se nos 1.326 euros, nos meses de abril a junho, mais 1,6% do que no mesmo período do ano passado, segundo os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística.
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