Custo da nova dívida portuguesa sobe devido à pandemia
O custo da dívida emitida por Portugal entre janeiro e julho situou-se em 0,6%, de acordo com o boletim mensal da Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP.
Os custos de financiamento de Portugal nunca foram tão baixos e os juros da nova dívida têm caído de forma consistência nos últimos anos. No entanto, a pandemia levou o país a ter de reforçar o financiamento em mercado, nomeadamente através de alternativas mais caras. A taxa média já subiu, por isso, duas vezes este ano.
O custo da dívida emitida por Portugal entre janeiro e julho situou-se em 0,6%, de acordo com o boletim mensal da Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP. Os valores continuam abaixo dos 1,1% registados no ano passado e longe máximos de 5,8% pedidos pelos investidores em 2011, no pico da crise financeira.
Ainda assim, os custos de financiamento do país têm sido penalizados pela pandemia. A taxa média dos primeiros sete meses do ano revela uma subida de 0,1 pontos percentuais face à média do primeiro semestre pois inclui uma venda sindicada. Apesar de o país continuar a emitir obrigações e bilhetes do Tesouro com custos controlados nos leilões — em especial devido à rede de segurança do Banco Central Europeu (BCE) —, o recurso aos sindicatos bancários para grandes vendas torna a dívida mais cara.
A agência liderada por Cristina Casalinho emitiu, no dia 1 de julho, quatro mil milhões de euros com uma taxa de juro de 0,928%. O Tesouro costuma fazer apenas uma grande venda sindicada de obrigações no início de cada ano. Por causa da pandemia, já fez três este ano, num total de 13 mil milhões.
O custo da nova dívida subiu, assim, pela segunda vez este ano, tal como já tinha acontecido em abril no pico do stress nos mercados financeiros devido ao coronavírus. Quanto ao custo do stock da dívida (incluindo juros das novas emissões e dos títulos já existentes), os últimos dados disponíveis dizem respeito a 2019, em que se situou em 2,5%.
Custo da dívida emitida por Portugal
Fonte: IGCP
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