Leilão solar português bate recorde mundial. Estes foram os grandes vencedores

Com 12 lotes a leilão esta segunda e terça-feira, foram feitas 13 adjudicações, com o armazenamento a captar especial interesse dos promotores. Todos eles são estrangeiros.

A empresa sul-coreana Hanwha Q-Cells é a grande vencedora do leilão de energia solar que o Governo realizou esta segunda e terça-feira. Estavam 12 lotes no Alentejo e Algarve a concurso e todos promotores que ganharam projetos são estrangeiros, de acordo com os dados finais anunciados pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

De 35 concorrentes que entraram no leilão, chegou a haver portugueses no grupo, mas acabaram por ficar pelo caminho. Dos 12 lotes (que se dividiram em 13 adjudicações), a Hanwha Q-Cells ganhou seis, enquanto a francesa Tag Energy ficou com dois, os mesmos que a suíça Audax. Já as espanholas Iberdrola, Endesa e Enerland ficaram com um lote cada uma.

“A Iberdrola e a Endesa são já dois grandes players em Portugal. Provavelmente, o perfil de risco desses mesmos investidores é mais cuidadoso do que daqueles que vêm agora ao mercado”, explicou o ministro sobre a ausência de promotores portugueses entre os vencedores.

“Mas quer dizer sobretudo outra coisa: este não é um leilão de tarifas, mas é um leilão de um bem muito escasso que é o de pontos de acesso à rede“, sublinhou. “Um player que já está em Portugal dá menos valor a poder aceder à rede do que um player que já está em Portugal”.

Segundo o governante foi exatamente isso que explicou os baixos preços conseguidos. O preço médio foi de 11,4 euros por megawatt hora (MWh), o que representa um recorde mínimo mundial e que compara com um intervalo entre 40 a 45 euros no mercado ibérico de eletricidade Mibel. Segundo o ministro, os ganhos para os consumidores na ordem dos 559 milhões de euros a 15 anos, o que equivale a cerca de 37,2 milhões de euros por ano.

“Conseguimos confirmar algumas das nossas certezas e construir outras. É uma tolice pagar a eletricidade produzida com energias renováveis”, disse. “A grande surpresa foi na modalidade de armazenamento”, apontou ainda Matos Fernandes, explicando que, neste caso concreto, as empresas estão a pagar para ter acesso à rede.

No total, foram adjudicados 670 megawatts (MW), dos quais cerca de 75% na modalidade de armazenamento (483 MW) e os restantes nas modalidades de compensação ao sistema (177 MW) e contrato por diferenças (10MW).

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