Covid-19 tirou 100 milhões à EDP. “Tivemos um forte impacto”, reconhece Stilwell d’Andrade
CEO interino da elétrica falou esta sexta-feira, numa conference call com analistas, sobre o efeito do vírus nas contas. Garantiu, contudo, que o guidance e a remuneração acionista não estão em risco.
A pandemia teve um impacto direto de 100 milhões de euros nas contas da EDP. O número foi avançado esta sexta-feira pelo CEO interino Miguel Stilwell d’Andrade numa conference call com analistas depois de a elétrica ter divulgado resultados. No primeiro semestre do ano, a empresa lucrou 315 milhões de euros, o que representa uma quebra de 22% face ao período homólogo.
“Tivemos um forte impacto da Covid-19. Todos tiveram“, disse o gestor, apontando para o efeito especialmente no Brasil (nomeadamente com a desvalorização de 20% do real face ao euro, que gerou uma perda de 57 milhões) e no negócio comercial na Península Ibérica. “Teve um impacto direto de 0,1 mil milhões de euros no EBITDA“, continuou.
O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do grupo cedeu 3% para 1.872 milhões de euros. A pandemia causou igualmente atrasos nas construções, mas não impediu a execução do plano de investimentos. O OPEX situou-se em 266 milhões de euros, em linha com o previsto.
Com alguns fatores a compensarem a pandemia, o CEO — que está interinamente a substituir António Mexia, que foi afastado pela justiça devido ao caso das rendas excessivas em que é arguido — diz que já vê sinais positivos.
“Apesar de 2020 estar a ser um ano difícil, mantemos o guidance“, afirmou. A projeção da empresa aponta para um lucro entre 850 milhões e 900 milhões de euros este ano, o que compara com 854 milhões registados em 2019. “Continuamos a ver um outlook muito positivo para a capacidade da EDP para liderar a transição energética e de criar valor para os acionistas“.
A EDP decidiu não suspender a remuneração acionista apesar da pandemia (dentro do grupo, apenas a EDP Brasil o fez) e pagou 0,19 euros por ação como previsto. Este valor é o mínimo que a empresa se comprometeu a pagar aos acionistas, pelo menos até 2022. E Stilwell diz que a gestão está “confortável” com esta ideia.
Em parte, a razão para o otimismo prende-se com “resultados melhor que o esperado” na rotação de ativos. “O que vemos nos últimos 18 meses, permite-nos estar mais otimistas do que no plano estratégico“, refere. Do objetivo definido pela empresa, já estão concretizadas 55% da meta de 4 mil milhões de euros até 2022. O gestor diz que continua a “ver grande apetite de investidores institucionais por ativos verdes”.
Além destas transações, a EDP está a ultimar os pormenores da joint venture com a francesa Engie focada no mercado eólico offshore, a Ocean Winds, estando prevista a transferência dos últimos ativos ainda segundo semestre. É também até ao final do ano que a elétrica espera que fique concluída a compra da empresa espanhola Viesgo.
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