Parecer independente diz que vendas de imóveis “foram de grande qualidade”, diz presidente do Novo Banco
António Ramalho revelou esta terça-feira que já tem na sua posse o parecer independente encomendado a uma consultora internacional (Alvarez & Marsal) para avaliar as vendas de ativos imobiliários.
António Ramalho revelou esta terça-feira que já tem na sua posse o parecer independente encomendado a uma consultora internacional para avaliar as práticas do Novo Banco nas vendas de ativos imobiliários. “Vou entregar na Assembleia da República, ainda que em resumo, o parecer que nos vem dizer aquilo que já tinha sido dito pela Alantra, a dizer que as vendas foram feitas acima do preço do mercado, a dizer que foram vendas de grande qualidade”, disse o presidente do Novo Banco.
“Espero que isto esclareça de uma vez por todas (…) “Todos têm de reconhecer que o processo era adequado, que o preço foi o preço de mercado e que a estratégia de desinvestimento era a única possível”, referiu António Ramalho na audição parlamentar, depois de ter lançado algumas conclusões desse parecer que foi elaborado pela Alvarez & Marsal.
“Resolvemos utilizar um técnica diferente de todos os outros intervenientes e pedimos para que fossem exercidas notificações para o exercício do direito de preferência de todas as câmaras municipais que tivessem ou não tivessem direito ou não de preferência legal”, começou por explicar o que aconteceu ao Projeto Viriato.
“Fizemos 6.093 notificações num bloco de 8.000 frações, e foram oito (direitos de preferência) exercidos. Portanto, ou as casas tinham fraca qualidade ou de facto os preços não eram tão baixos como se dizia, porque só foram exercidas por três câmaras: Seixal, Montijo e Campo Maior. Mas se quisermos ir ver os direitos dos arrendatários, tínhamos 88 arrendatários neste grupo de imóveis. Todas as pessoas lá em casa sabem que quando o senhorio coloca o exercício normalmente é porque o preço é razoavelmente baixo e o inquilino compra. Só tivemos 24 exercícios nos 88 que fizemos”, expôs António Ramalho.
O CEO do Novo Banco adiantou também que nos prédios confinantes tiveram o cuidado de “por a casa pronta” a habitar e também de colocar “na imprensa local a possibilidade de utilização” das habitações. Resultado: “Tivemos 453 anúncios publicados para confinantes e tivemos cinco exercícios de direitos de preferência“, revelou.
“Fico com dúvidas se não é bem claro se com estes dados” que as práticas do Novo Banco não foram as mais adequadas, disse António Ramalho, lembrando que a operação Viriato foi vista pelo Ministério Público, pelos auditores, pela própria Joint Supervisory Team (BCE), “e será vista por quem quiser”.
O Novo Banco solicitou um parecer independente a uma consultora internacional para avaliar se os procedimentos das vendas das carteiras de imóveis “Sertorius” e “Viriato” foram adequados e seguiram as regras internacionais.
Estas duas transações envolveram o banco em sucessivas polémicas nos últimos meses devido às perdas de 390 milhões de euros que geraram e às dúvidas em relação aos beneficiários finais. O banco e o acionista Lone Star já garantiram que não fizeram qualquer transação entre si.
Ainda assim, perante as suspeitas, o primeiro-ministro enviou uma carta à Procuradoria-Geral da República (PGR) a pedir que investigassem os documentos que o banco entretanto enviou. O Ministério Público já concluiu que não encontrou evidências para as acusações.
(Notícia atualizada às 17h19)
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