OCDE vê Zona Euro a cair menos. Só a China cresce em 2020

A OCDE melhorou as previsões para a maior parte das economias. É o caso da Zona Euro para a qual prevê agora uma recessão de 7,9% em 2020. A previsão da China melhora de tal forma que vai crescer.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) melhorou esta quarta-feira as previsões económicas para este ano e o próximo nas principais economias do mundo. O PIB mundial deverá cair 4,5% este ano (-6% nas previsões anteriores), recuperando 5% em 2021, o que resulta da melhoria das previsões para os EUA, China — a única grande economia que crescerá — e Europa, mais do que compensando a deterioração das previsões para a Índia, México e África do Sul.

É o caso da Zona Euro para a qual a OCDE prevê uma recessão de 7,9% em 2020, inferior aos 9,1% previstos anteriormente. Contudo, como a recessão vai ser menor, a recuperação também: a previsão para 2021 passa a ser um crescimento de 5,1%, abaixo dos 6,5% estimados anteriormente.

Dentro da Zona Euro há diferenças entre os Estados-membros, sendo que a OCDE revela as previsões apenas para as três maiores economias europeias. A maior diferença está nas previsões para a economia francesa, cuja recessão será de 9,5% (-11,4% nas previsões anteriores), seguindo-se uma recuperação de 4,6% (5,8% nas previsões anteriores).

Na Alemanha, o PIB vai cair 5,4% este ano (-6,6% anteriormente), recuperando 4,6% no próximo ano (5,8% anteriormente). Em Itália, as previsões também melhoram, mas pouco: a queda será de 10,5% (-11,3% previamente) e a recuperação mais fraca de 5,4% em 2021 (7,7% previamente).

Sobre a União Europeia, a OCDE considera que os estímulos que estão a ser preparados melhoraram as perspetivas de uma recuperação mais forte, nomeadamente o Plano de Recuperação Europeu que equivale a cerca de 5,5% do PIB da União Europeia de 2019. Será uma ajuda para o “investimento, ainda que principalmente depois de 2021”.

A Organização refere ainda a diferença entre as situações da Zona Euro e do Japão em que o desemprego subiu, mas menos do que poderia ser esperado, ao contrário das situações nos EUA e no Canadá em que a destruição de emprego foi mais agressiva. Os mais afetados estão a ser os “trabalhadores com salários baixos e os mais jovens”, alerta a OCDE.

A OCDE não atualizou as previsões para Portugal. Em junho, previa uma contração da economia de 9,4% em 2020 e uma recuperação de 6,3% em 2021.

China será a única grande economia a crescer em 2020

A pandemia teve origem na China e foi lá que primeiro se espalhou, impactando de forma significativa a economia chinesa. Porém, perante a melhoria da crise pandémica na China, a OCDE reviu em alta (+4,4 pontos percentuais) a previsão sobre a variação do PIB em 2020, prevendo agora um crescimento de 1,8%. É a única das maiores economias do mundo com um valor positivo.

A China é o único país do G20 no qual se prevê que o PIB cresça em 2020, ajudada pelo facto de ter sido atingida mais cedo pela pandemia, pelo rápido controlo do vírus e pelas políticas implementadas para permitir que houvesse uma recuperação rápida da atividade [económica]”, explica a OCDE.

Ao contrário da maioria das restantes economias, a recuperação “foi mais forte do que o esperado”, com o nível de atividade a “recuperar rapidamente” os níveis pré-pandemia no final do segundo trimestre, “estimulado por um forte investimento em infraestruturas”.

Por comparação, os Estados Unidos deverão contrair 3,8% em 2020, melhorando 3,5 pontos percentuais face às previsões anteriores, recuperando 4% em 2021. Neste caso, a OCDE assume que haverá um novo pacote de estímulos no valor de 1,5 biliões de dólares (cerca de 8% do PIB de 2019) durante o outono.

No agregado, as previsões apontam agora que o PIB mundial chegará ao nível pré-pandemia mais cedo (linha vermelha), no final de 2021, mas continuará bastante aquém da trajetória (linha azul) que percorreria na ausência de crise.

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