CESL Asia quer Efacec para somar valor, ganhar China e restante mercado asiático
"Pensámos que fazia muito mais sentido conjugar valências com a Alpac, que sabíamos que também tinha sido convidada e que conhece também a Efacec”, explica o CEO da CESL Asia, António Trindade.
O presidente da CESL Asia decidiu integrar o consórcio liderado pela Alpac Capital para comprar a portuguesa Efacec, porque quer somar valor e garantir acesso ao mercado asiático, em especial o chinês, avançou António Trindade à Lusa
António Trindade, que é também CEO da empresa de Macau, sublinhou o “enorme potencial de crescimento do mercado asiático” e a necessidade da Efacec “ganhar relevância global”, lembrando que a aposta na China pode garantir acesso “ao maior mercado do mundo de mobilidade elétrica” e que está a investir significativamente na área das energias renováveis.
“Se a CESL Asia e a Efacec estiverem unidas no mesmo propósito”, então o caminho passa por apostar numa “indústria de alto valor acrescentado, do conhecimento, e inteligência artificial, de energia, de integrar e encontrar soluções para o mercado chinês através de Hengquin”, exemplificou.
Hengquin é uma ilha chinesa que pertence a Zhuhai e para onde o antigo território administrado por Portugal se está a expandir, numa lógica de integração com a China continental, muito assente no projeto de Pequim de criar uma metrópole mundial que junta nove cidades chinesas, Hong Kong e Macau, com 70 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,3 biliões de dólares.
A decisão de integrar o consórcio com a Alpac Capital é “para ajudar a criar um novo mundo para a Efacec”, tanto mais que, para além “do reconhecimento”, a “Alpac acrescenta presença nos países do centro da Europa, que tem muita relevância para a Efacec” e para a parceria com a CESL Asia, até “pela aproximação entre a Europa e a China”.
Por outro lado, explicou, os caminhos da Alpac e da CESL Asia têm-se cruzado com a Efacec. Segundo António Trindade, ambos foram convidados para entrar na corrida pela aquisição da Efacec e trabalharam com a empresa nortenha. No caso da CESL Asia, acrescentou, chegaram a ser convidados antes de o Estado português entrar no capital da Efacec e preestabelecer “a vontade de apresentar uma proposta com entidades asiáticas, chinesas”.
“Mantemos a abertura de cooperação com as entidades, mas pensámos que fazia muito mais sentido conjugar valências com a Alpac, que nós sabíamos que também tinha sido convidada e que conhece também a Efacec”, concluiu.
A CESL Asia, que junta capital português e chinês, está sediada em Macau e tem cerca de 500 trabalhadores, com áreas de negócio que vão dos serviços às soluções tecnológicas. A empresa mais recente da CESL Asia, a Focus Plataforma, pela qual irá entrar no consórcio, realizou já investimentos em Portugal, na área da energia e da agricultura.
Em agosto, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, disse à Lusa que existiam novas “manifestações de interesse” para a aquisição do capital da Efacec, além das propostas anteriormente conhecidas.
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