Férias dão primeiro rombo na poupança das famílias em seis meses de pandemia

Os portugueses retiraram 1.227 milhões de euros dos depósitos em agosto, com o stock total a encolher para 157.236 milhões de euros.

Depois de mais de oito mil milhões de euros acumulados desde o início da pandemia, as aplicações em depósitos sofreram o primeiro rombo. Em agosto, mês de eleição para ir de férias, o valor depositado nos bancos pelas famílias encolheu em mais de mil milhões de euros.

Dados do Banco de Portugal indicam que as famílias tinham depositados na banca 157.236 milhões de euros no final de agosto. Este montante corresponde a uma quebra de quase 1.227 milhões de euros quando comparado com o total que existia no final do mês anterior.

Trata-se da primeira vez desde que a pandemia se instalou em Portugal, no início de março, que as poupanças dos portugueses na banca encolhem. De salientar que ao longo dos primeiros cinco meses de pandemia, as famílias foram acumulando quantias substanciais em depósitos, resultado do confinamento e da redução do consumo. Entre o início de março e o final de julho, os valores que foram sendo acumulados na conta à ordem e em depósitos a prazo ascendeu a mais de 8,4 mil milhões de euros.

Evolução dos depósitos no último ano

Fonte: Banco de Portugal

Os dados hoje divulgados pela entidade liderada por Mário Centeno mostram uma quebra dessa tendência que não se pode dissociar do período em que ocorre. Ou seja, o mês de agosto, ocasião em que muitos portugueses habitualmente tiram férias e estão por isso mais propensos a gastos.

Aliás, o valor que saiu dos depósitos em agosto é muito próximo do registado no mesmo mês do ano passado. Em agosto de 2019, as poupanças em depósitos das famílias baixaram em perto de 1.252 milhões de euros.

O grosso do dinheiro que foi retirado pelos portugueses das poupanças depositadas na banca, em agosto, estava à ordem. O valor depositado à ordem caiu em 958,3 milhões de euros, para um total de 69.324 milhões de euros. Já dos depósitos a prazo foram retirados 268,6 milhões de euros, com o saldo a baixar para perto de 87.912 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h49)

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