“Tudo leva a crer” que previsão de despesas da AR esteja duplicada
Dotação da Assembleia da República passa de 115,8 milhões de euros para mais de 320 milhões de euros. Pode haver duplicação da despesa.
A Assembleia da República informou que “tudo leva a crer” que a proposta de Orçamento do Estado pode conter uma duplicação da previsão de despesas do parlamento para 2021, situação a que os serviços dizem ser “totalmente alheios”.
Depois de a Presidência da República ter confirmado que a sua dotação orçamental para 2021 é a mesma deste ano (16,8 milhões de euros), e que por erro o Orçamento do Estado para 2021 indicava 32,6 milhões, a Lusa questionou a secretaria-geral da Assembleia da República se as verbas relativas ao parlamento estariam corretas.
De acordo com o Mapa IV do Orçamento do Estado para 2021, relativo à “classificação orgânica das despesas do subsetor da Administração Central” e onde estão indicadas as dotações para os órgãos de soberania, a dotação da Assembleia da República – que no próximo ano terá de suportar subvenções com as campanhas eleitorais para as eleições presidenciais e autárquicas – passa de 115,8 milhões de euros para mais de 320 milhões de euros.
“Em resposta à sua pergunta, informa-se que tudo leva a crer que no mapa 4 da Proposta de Lei do OE tenha havido uma duplicação da previsão total de despesas da Assembleia da República para 2021, situação a que somos totalmente alheios”, respondeu à Lusa o gabinete do secretário-geral do parlamento.
No mesmo mapa IV da proposta de Orçamento do Estado para 2021 que o Governo entregou na segunda-feira no parlamento, também o valor da dotação para o Tribunal Constitucional quase duplica, de 9,7 milhões de euros para 18,8 milhões de euros.
Hoje, o deputado único e presidente do Chega, André Ventura, tinha criticado publicamente a “duplicação de gastos com a Assembleia da República e a Presidência da República”.
No entanto, depois de a Presidência da República ter esclarecido que, no seu caso, se tratava de um erro, o partido emitiu um comunicado a retirar as críticas.
“O deputado do Chega foi esta tarde contactado, por parte da Presidência da República, onde lhe foi esclarecido tratar se de um lapso do documento, e que as despesas com a Presidência da República manter-se-ão inalteráveis face a 2020. Lamentamos o lapso e a confusão gerada, mas registamos com agrado a situação”, refere o comunicado.
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