Presidentes das CCDR já foram eleitos e só houve mudanças no Alentejo
Nestas eleições todos os presidentes voltaram a ser eleitos, à exceção da CCDR do Alentejo que tinha duas candidaturas, sendo que ganhou o candidato socialista, António Ceia da Silva.
Sem surpresas, todos os candidatos às comissões de coordenação foram eleitos, e só no Alentejo, que contava com duas candidaturas, havia expectativas quanto ao resultado eleitoral. No final das contas foi eleito o candidato do PS, António Ceia da Silva, por 94 votos, que acabou por destronar o atual presidente, Roberto Grilo, que se candidatou como independente.
Na CCDR do Norte foi eleito o ex-reitor da Universidade do Minho António Cunha, no Algarve José Apolinário, que deixou o Governo para se candidatar a este cargo, no Centro é Isabel Damasceno que continua a presidir a região, — tinha assumido o cargo em substituição de Ana Abrunhosa quando esta foi ocupar o cargo de ministra da Coesão –, e a atual presidente da CCDR de de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida, continua no cargo, que passou a ocupar após a saída em 2019 do anterior presidente João Teixeira, em rutura com o Governo.
Em relação aos vice-presidentes, para a região do Norte foi eleito Beraldino Pinto, ex-autarca de Macedo de Cavaleiros (PSD), para o Algarve o arquiteto José Pacheco, para o Alentejo o ex-autarca Aníbal Reis Costa (PS), para o Centro o geógrafo Jorge Marques de Brito, atual secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e por fim para Lisboa e Vale do Tejo Joaquim Sardinha, autarca em Mafra (PSD).
Apesar de ser formalmente uma eleição, os candidatos resultaram de um acordo entre o Governo e o líder da oposição, Rui Rio, do PSD, e o sistema não é consensual.
“O ato eleitoral decorreu com normalidade. Apurados os resultados em todas as 21 Comunidades Intermunicipais e duas Áreas Metropolitanas, registou-se uma taxa de participação global de 89,6%, na eleição dos vice-presidentes. Até às 23h30, faltando receber o apuramento dos resultados de 19 mesas eleitorais de um universo de 278 assembleias municipais, registou-se uma taxa de participação de 85,4%, na eleição dos presidentes”, referiu o Governo numa nota enviada às redações.
O movimento independente do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, apelou ao boicote dos autarcas às eleições, considerando-as “uma farsa que, sob a capa de uma eleição, encobre uma eleição”.
PCP ironiza com “democratização” e ataca união PS-PSD contra regiões
O PCP criticou terça-feira (dia das eleições) o “logro” do processo de eleição indireta dos presidentes das comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) e ironizou com este processo de “democratização” que une PS e PSD para “impedir a regionalização”.
É “mais um episódio no processo, que unindo PS e PSD, visa impedir uma efetiva descentralização e a criação das regiões administrativas como fator de desenvolvimento regional, coesão territorial e racionalização da Administração Pública”, lê-se num comunicado do PCP.
No texto, o partido afirmou “não só” que “denuncia este logro como recusa credibilizá-lo”, pelo que os seus eleitos “votarão em branco expressando distanciamento face a este processo e afirmando a exigência de uma efetiva descentralização”.
As CCDR “não são nem podem ser uma autarquia porquanto constituem meras estruturas da administração central” e só “por má-fé se pode pretender fazer crer que a ‘eleição’ da sua direção lhe alteraria a natureza e lhe conferiria legitimidade democrática”.
Pela leitura da lei, alegaram ainda os comunistas, “se conclui que a fase de ‘democratização’ terá um período de vida efémero”, a “meia dúzia de horas em que decorrerá o colégio eleitoral”, dado que os presidentes hoje eleitos “responderão não perante quem os elegeu [os autarcas], mas sim ao Governo que tutela e comanda essa estrutura da administração central”.
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