Proprietários, termina hoje o prazo de candidatura à 2.ª fase do Renda Segura da Câmara de Lisboa
Os proprietários que queiram arrendar os seus imóveis à Câmara de Lisboa podem candidatar-se até este sábado. Autarquia vai subarrendar os imóveis a preços acessíveis.
Acaba este sábado a segunda fase de candidaturas ao Programa Renda Segura, uma iniciativa em que a Câmara de Lisboa (CML) vai arrendar imóveis a privados para depois os subarrendar a preços acessíveis. Em troca os proprietários têm direito a benefícios fiscais. Na primeira edição, que terminou a 3 de julho, recebeu 177 candidaturas, 45 das quais referentes a imóveis de alojamento local.
Os proprietários de imóveis interessados em arrendá-los à CML, sobretudo imóveis de alojamento local, podem inscrever-se até este sábado na 2.ª edição do Programa Renda Segura. A autarquia vai pagar até 1.000 euros mensais por cada habitação, dependendo da localização e características, e depois arrendá-las através do Programa de Renda Acessível. Em troca, os proprietários têm direito a benefícios fiscais, com isenção de IRS ou IRC e IMI.
Na primeira fase, que terminou no início de julho, a autarquia tinha fixado como meta a angariação de 300 imóveis, mas os números ficaram-se pela metade. Foram recebidas apenas 177 candidaturas, das quais 45 referentes a imóveis de alojamento local. De acordo com dados adiantados pela autarquia na altura, a maioria dos imóveis correspondia a T1, T2 e T3 e, em média, os proprietários propuseram à CML uma renda de 723 euros.
Para impulsionar a iniciativa e ajudar a angariar mais imóveis, a CML assinou parcerias com consultores imobiliários, pagando-lhes uma comissão por cada contrato de arrendamento assinado.
Como funciona o Renda Segura? 10 respostas
Quem pode inscrever-se?
Podem inscrever-se no programa os proprietários com imóveis localizados em Lisboa, mesmo que estejam afetos ao alojamento local. Contudo, ficam excluídos os imóveis que tenham ficado desocupados devido a denúncia dos contratos de arrendamento por parte dos senhorios, mesmo que tenha sido por oposição à renovação, e aqueles cujos proprietários se tenham candidatado a outras programas municipais de habitação.
Que características têm de ter os imóveis?
Para serem elegíveis para o programa, os imóveis têm de ter condições de habitabilidade e não podem estar mobilados. Contudo, há uma exceção. Os imóveis de alojamento local podem ser arrendados com mobília e, nestes casos, a autarquia poderá aumentar o valor da renda até um máximo de 10%. Para garantir o cumprimento destes pontos, a autarquia fará uma “visita técnica” a cada imóvel”.
Por quanto tempo será feito o contrato de arrendamento?
Os contratos de arrendamento celebrados entre a autarquia e os proprietários terão um prazo inicial de cinco anos, renovando-se automaticamente uma vez por igual período, refere o regulamento. Exceto se o proprietário ou a CML se opuserem à renovação automática com uma antecedência mínima de 150 dias relativamente à data do seu termo inicial. Contudo, se forem realizadas obras no imóvel entre a data de celebração do contrato e o início do arrendamento, o contrato a celebrar será de seis anos, renovando-se automaticamente uma vez por um período de cinco anos.
Quem decide o valor da renda?
No momento da candidatura, os proprietários propõem o valor da renda que consideram justo. No momento da análise, a CML vai analisar esse valor, podendo aceitá-lo ou fazendo uma contraproposta. “Vamos valorizar os proprietários que estejam na disposição de arrendar a preços mais económicos à CML”, disse Fernando Medina.
Que rendas vai a CML pagar aos proprietários?
Os valores das rendas a pagar pela CML aos proprietários já estão definidos. São valores máximos e vão depender das condições e da localização dos imóveis: 450 euros por um T0, 600 euros por um T1, 800 euros por um T2, 900 euros por um T3 e 1.000 euros por um T4.
Os proprietários podem escolher a modalidade de renda?
Sim. Os proprietários podem escolher receber uma renda mensal ou anual. Contudo, caso a opção seja a renda anual, a partir do quarto ano do contrato esta passa a ser mensal.
As rendas serão atualizadas? Será paga uma caução?
De acordo com o regulamento, as rendas serão atualizadas anualmente, podendo a primeira atualização ser exigida um ano após o início da vigência do contrato. Contudo, não haverá atualização extraordinária da renda. No início de celebração do contrato, a CML vai pagar ao proprietário uma caução equivalente ao valor de uma renda.
Os proprietários podem pedir rendas adiantadas?
Sim, o programa também prevê essa possibilidade. Tendo em conta a atual situação de crise, a autarquia reconhece que muitos proprietários poderiam beneficiar de uma ajuda imediata para ultrapassar algumas dificuldades financeiras. Assim, o “Renda Segura” vai dar a “facilidade de, nos contratos que se celebrarem, a autarquia poder “pagar à cabeça até três anos de rendas”.
Que benefícios têm os proprietários?
Uma vez inscritos no “Renda Segura”, os proprietários terão benefícios fiscais. Passarão a estar isentos de IRS ou IRC, bem como de IMI. No caso dos proprietários de alojamento local, estes ficarão isentos da tributação das mais-valias (a lei prevê que quando um imóvel transite do alojamento local para o arrendamento tradicional haja tributação de mais-valias).
Onde se faz a candidatura?
Os proprietários interessados em aderir ao “Renda Segura” podem inscrever os seus imóveis na plataforma própria para o efeito.
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