Militares das Forças Armadas vão fazer inquéritos epidemiológicos à Covid-19
Os militares das Forças Armadas vão começar a fazer inquéritos epidemiológicos à população, de forma a acompanhar as cadeias de transmissão e ajudarem a detetar surtos.
Os militares das Forças Armadas vão ser destacados para realizarem inquéritos epidemiológicos à população, de forma a acompanhar as cadeias de transmissão e ajudarem a detetar surtos da Covid-19, aliviando a pressão existente sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Esta medida já tinha sido confirmada pelo Presidente da República e o despacho que a regula foi publicado esta terça-feira em Diário da República.
“Por forma a responder aos desafios impostos pela propagação do vírus Covid-19, os ramos das Forças Armadas contribuirão com os recursos humanos e materiais que se revelem necessários a apoiar as entidades competentes, no âmbito desta emergência de saúde pública”, lê-se no despacho assinado pelo ministro da Defesa Nacional, publicado em Diário da República.
Esta intenção já tinha sido referida pelo primeiro-ministro, António Costa, à saída da audiência desta segunda-feira com o Presidente da República, para discutir um eventual novo estado de emergência. Ao final da noite, também Marcelo Rebelo de Sousa confirmou, em entrevista à RTP1, que seria importante “ampliar os rastreios” e “as Forças Armadas, os funcionários públicos e até os privados podem fazer pesquisas e contactos com aqueles que estiveram próximos dos infetados, sob supervisão da Saúde”.
A escassez de rastreadores face ao número crescente de infetados pela Covid-19 tem sido uma preocupação do Governo. Neste contexto, o Chefe de Estado indicou que o objetivo é que o número de pessoas a fazer rastreios à população chegue aos “tais milhares que são necessários”. Outra das opções passa mesmo por convocar médicos e enfermeiros militares na reserva, até agora voluntários, apontou. Além disso, fontes militares confirmaram ao Público (acesso pago) que decorrerão nos próximos dias reuniões com o Ministério da Saúde para definir os moldes desta nova colaboração.
Segundo o despacho publicado, caberá ao Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas “a competência para, reunir e ativar” os meios necessários das Forças Armadas para ajudar no combate à Covid-19, sendo esta coordenada em articulação com “as autoridades de proteção civil”, “forças e serviços de segurança e demais entidades competentes nesta emergência”, através do diretor da Saúde Militar para questões relacionadas com os “recursos humanos e materiais”, bem como do “Comando Conjunto para as Operações Militares (CCOM) no Continente, do Comando Operacional dos Açores (COA) no Açores e do Comando Operacional da Madeira (COM) na Madeira”, revela o despacho.
Esta medida tem efeitos retroativos à passada quarta-feira, data da assinatura do despacho, e vai vigorar enquanto “se mantiverem as atuais situações de alerta, de contingência ou de calamidade” face à crise de saúde pública. Esta não é a primeira vez que as Forças Armadas ajudam no combate à Covid-19. Durante a primeira vaga, vários elementos foram destacados para ajudar no acolhimento de idosos em lares e na desinfeção de escolas.
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