Grupo de associados do Montepio pede ajuda ao Governo para “evitar colapso” da instituição
Fernando Ribeiro Mendes, João Costa Pinto e João Proença estão entre os associados que pretendem uma intervenção do Governo e reguladores para "evitar o colapso" da mutualista Montepio.
Um grupo de associados da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) pede a intervenção do Governo e dos reguladores no sentido de se encontrar soluções para “evitar o colapso” da instituição que gere poupanças de mais de 600 mil associados.
Fernando Ribeiro Mendes (ex-administrador da AMMG), João Costa Pinto (ex-Banco de Portugal e conselheiro da AMMG), João Proença (ex-líder da UGT) e outros associados estão entre os subscritores de uma declaração que será apresentada publicamente esta terça-feira em Lisboa e transmitida online, tendo como objetivo “mobilizar esforços” para que, em conjunto com as autoridades políticas e financeiras, se estude uma solução que evite a falência da maior mutualista do país.
Este grupo alerta para o facto de o assunto não ser importante apenas “para aqueles que são potencialmente afetados e estão mais diretamente envolvidos” numa crise na AMMG, designadamente os 600 mil associados que têm as suas poupanças investidas na mutualista.
Também é importante que o “público em geral” saiba o que está em causa pois não deixarão de ter de assumir também “consequências significativas” de uma ajuda pública ao Montepio, refere o convite assinado por Fernando Ribeiro Mendes, em nome de um grupo alargado de associados, enviado aos jornalistas.
Recentemente, o presidente da AMMG descartou qualquer apoio público ao grupo, considerando mesmo que “não faz sentido” colocar essa questão. “A associação não é uma sociedade de capital. A situação é de cobertura de responsabilidades, há potencial de realização de valor, o banco está capitalizado. Não compreendemos a questão”, disse Virgílio Lima no início de julho.
A AMMG, dona do Banco Montepio e da Montepio Seguros, fechou 2019 com um prejuízo histórico de 408,8 milhões de euros em termos individuais, devido sobretudo à desvalorização da participação do banco no balanço da mutualista. Em termos consolidados, o grupo obteve um lucro de 6 milhões de euros e viu a situação líquida deteriorar-se com a descida dos capitais próprios dos 753 milhões em 2018 para 337 milhões.
O auditor deixou uma reserva por desacordo em relação às contas da instituição por considerar que os ativos por impostos diferidos (DTA) no valor de 833 milhões de euros se encontram “sobreavaliados por um montante materialmente relevante”. Além de considerar que a avaliação do banco, na casa dos 1,5 mil milhões, continua a ser exagerada, apesar do corte já efetuado.
Na discussão do Orçamento do Estado para 2021, o ministro das Finanças, João Leão, disse que a proposta orçamental não prevê qualquer apoio público ao Montepio.
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