Vida “normal” pode chegar no próximo inverno, diz co-fundador da BioNTech

Se a maioria da população começar a ser vacinada em abril, o impacto da vacina desenvolvida pela  Pfizer/BioNTech vai ser sentido no verão, com a vida a regressar à normalidade no inverno de 2021.

Caso a maioria da população comece a ser vacinada em abril do próximo ano, o impacto da vacina experimental contra a Covid-19 que está a ser desenvolvida pelo consórcio Pfizer/BioNTech vai ser sentido no verão, com a vida a regressar à normalidade no inverno. Esta é, pelo menos, a previsão de Ugur Sahin, co-fundador da BioNTech, em entrevista à BBC (acesso livre, conteúdo em inglês), explicando que a vacina pode reduzir para metade a transmissão do vírus.

Na semana passada, a Pfizer anunciou que a vacina que está a ser desenvolvida por este consórcio tem mais de 90% de eficácia, superando largamente as expectativas de muitos especialistas. Neste contexto, em entrevista ao programa programa Andrew Marr Show da cadeia de televisão britânica, o especialista reitera que a vacina reduz para metade a transmissão da doença, bem como evita sintomas em pessoas vacinas contra o novo coronavírus. “Estou muito confiante de que a transmissão entre as pessoas será reduzida por uma vacina tão eficaz – talvez não 90%, mas talvez 50% – mas não devemos esquecer que mesmo isso pode resultar numa redução dramática da propagação da pandemia“, aponta Ugur Sahin.

Assim, se tudo correr bem, a expectativa é a de que esta vacina comece a ser distribuída no “final deste ano, início do próximo”. Segundo explicou o especialista, o objetivo passa por “entregar mais de 300 milhões de doses em todo o mundo até abril do próximo ano”, sendo que o impacto da vacina apenas será sentido a partir do verão. “O verão vai ajudar-nos porque a taxa de infeção vai diminuir e o que é absolutamente essencial é ter uma alta taxa de vacinação antes do outono/inverno do próximo ano”, assinala.

A vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech — designada BNT162b2 –-, não produziu até agora efeitos secundários relevantes nos milhares de voluntários que a receberam ao abrigo dos estudos que estão a decorrer nos EUA, Argentina, Brasil e Alemanha. Há, inclusivamente, um ensaio a envolver crianças com mais de 12 anos. Contudo, ainda pouco se sabe sobre ela, nomeadamente se funciona tão bem nos mais idosos quanto nos mais novos. Ainda assim, o especialista espera ter novidades sobre esse assunto nas próximas três semanas. Quanto ao tempo que dura a imunidade depois da segunda dose, também não é conhecido, mas Ugur Sahin referiu que uma imunização de reforço “não deve ser muito complicada” se for constatado que a imunidade foi reduzida significativamente após um ano.

Esta não é a única candidata na corrida. Há pelo menos uma dezena de vacinas em ensaios clínicos de fase três, a última antes do pedido de aprovação regulatória, que envolve testes num grupo alargado de humanos voluntários. O objetivo é aferir se as vacinas experimentais protegem realmente do vírus que se quer combater, neste caso, o SARS-CoV-2.

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