Salários de 1.000€ vão subir 2€. Simule quanto vai aumentar o seu
O Governo publicou as novas tabelas de retenção na fonte de IRS, que permitem aos trabalhadores dependentes e aos pensionistas calcular quanto irão descontar, todos os meses, do seu rendimento.
Já são conhecidas as tabelas de retenção na fonte de IRS que irão vigorar ao longo de 2021. Tal como já tinha anunciado o Governo, o próximo ano ficará marcado por um “alívio” no que diz respeito ao desconto aplicado, todos os meses, aos rendimentos dos trabalhadores dependentes e dos pensionistas. As simulações feitas pela EY para o ECO mostram como se traduzirá na prática essa diminuição das taxas de retenção de IRS e que “ganho” terão os contribuintes.
As novas tabelas de retenção na fonte constam de um despacho assinado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que foi publicado esta quinta-feira. De acordo com esse diploma, em 2021, subirá para 686 euros o limite até ao qual os salários e pensões não são obrigados a reter IRS, ao mesmo tempo que as taxas aplicadas aos demais rendimentos descem, em média, 2%.
Tudo somado, os portugueses ficarão com mais rendimento na carteira, todos os meses do próximo ano. Em causa está um “ganho” de liquidez de 200 milhões de euros das famílias portugueses, de acordo com o Ministério das Finanças.
Mas como se traduzirá esse “alívio” na prática na vida dos contribuintes? As simulações feitas pela EY para o ECO demonstram-no.
Por exemplo, um contribuinte solteiro, sem dependentes, e com um salário de mil euros teve, todos os meses de 2020, 116 euros retidos. Em 2021, baixará a taxa de retenção na fonte e esse valor passará para 114 euros. Ou seja, o rendimento líquido mensal subirá dois euros.
Num outro caso, um contribuinte solteiro, sem dependentes e com um salário de 1.500 euros, descontou em 2020, todos os meses, 265 euros; Em 2021, passará a reter 259 euros. Tudo somado, ficará com a ter mais seis euros de rendimento líquido mensal.
Se esse mesmo contribuinte (solteiro, sem dependentes), tiver um salário de dois mil euros, o “ganho” será de oito euros, todos os meses de 2021, estima a EY. Isto porque, em 2020, via retidos 450 euros, mas passará a ter de descontar menos oito euros (isto é, 442 euros), já que a taxa de retenção na fonte de IRS baixará.
Já no caso de um casado (dois titulares), com um filho, e um salário de 1.500 euros, o “ganho” mensal será de quatro euros: descontava 253 euros e passará a descontar 249 euros. Em causa está uma variação de 2,58% da retenção, sinaliza a EY.
Por outro lado, um casado (dois titulares), com um filho, e 2.000 euros de salário, passará a descontar menos oito euros, subindo o seu rendimento líquido de 1.340 euros para 1.348 euros.
O “ganho” será também de oito euros, se esse contribuinte tiver dois filhos, mantendo as mesmas condições que no exemplo anterior. Nesse caso, descontava 404 euros, todos os meses, e passará a reter 396 euros, em 2021. A variação na retenção será de 1,82%, indica a EY.
De notar que, sendo a retenção na fonte um “adiantamento” de impostos ao Estado, a diminuição destas taxas não é sinónimo de um alívio da carga fiscal. Assim, no momento do acerto com o Fisco, a redução dos descontos em 2021 significará reembolsos de IRS mais baixos, em 2022.
Ainda falta praticamente um mês para 2020 terminar, mas o Governo divulgou as tabelas de retenção na fonte que irão vigorar em 2021, de modo a dar “previsibilidade no processamento de salários e pensões, cujos sistemas têm de ser adaptados”, sublinhou o Ministério das Finanças.
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