Marcelo confirma: “Sou candidato à Presidência da República”
O atual Chefe de Estado confirmou que vai recandidatar-se à Presidência da República. Entra, assim, na corrida juntamente com outros oito candidatos.
Marcelo Rebelo de Sousa acabou com o tabu e anunciou esta segunda-feira que vai recandidatar-se à Presidência na República. Entra, assim, na corrida a um segundo mandato, tendo, para já, oito adversários.
“A minha primeira palavra é que sou candidato à Presidência da República”, começou por dizer Marcelo esta segunda-feira, na Pastelaria Versailles, em Belém, Lisboa, sítio onde anunciou a sua primeira candidatura, há cinco anos.
“Porque temos uma pandemia a enfrentar, porque temos uma crise económica e social a vencer, porque temos uma oportunidade de acelerar e vender a crise de mudar Portugal para melhor, na economia mas, sobretudo, no nosso dia-a-dia, reforçando a nossa coesão social e territorial, combatendo a pobreza e a exclusão e promovendo o emprego”, continuou.
Marcelo referiu que Portugal precisa de um “Presidente independente, que não instabilize, antes estabilize, que não divida, antes una os portugueses”. “Porque não vou sair a meio de uma caminhada exigente e penosa. Não vou fugir às minhas responsabilidades”, afirmou.
"Porque não vou trocar o que todos sabemos irem ser as adversidades e impopularidades de amanhã pelo comodismo pessoal ou familiar de hoje. Porque, tal como há cinco anos, cumpri um dever de consciência.”
O Chefe de Estado continuou o discurso, referindo que não vai “trocar o que todos sabemos irem ser as adversidades e impopularidades de amanhã pelo comodismo pessoal ou familiar de hoje“. “Porque, tal como há cinco anos, cumpri um dever de consciência”, acrescentou.
Este anúncio foi feito apenas agora porque, explicou Marcelo, quis “promulgar as novas regras eleitorais antes de convocar eleições”. “Quis convocar eleições como presidente antes de avançar como cidadão. E, sobretudo, porque perante o agravamento da pandemia no outono, quis tomar decisões essenciais sobre a declaração do segundo estado de emergência, as suas renovações e a sua projeção até janeiro“.
Marcelo deixou ainda um agradecimento aos portugueses, especialmente pela “compreensão e apoio nos momentos mais sensíveis” como a declaração do primeiro estado de emergência, em março, bem como as sucessivas renovações. E ainda pela compreensão dos cidadãos em todas as vezes em que: “não pude estar tão próximo como esperavam e eu desejava ou em que eu terei agido de menos ou demais”.
No final do discurso, que durou cerca de dez minutos, o Chefe de Estado deixou um apelo: “Portugueses, portuguesas, a escolha é vossa. Renovar a confiança em quem conheceis semana após semana há, pelo menos, 20 anos e, em especial, nestes cinco anos vividos em comum, feitos não apenas de palavras, mas também de atos, ou escolher alguém diferente, com uma visão diversa daquela que vos propus”.
"Portugueses, portuguesas, a escolha é vossa. Renovar a confiança em quem conheceis semana após semana há, pelo menos, 20 anos e, em especial, nestes cinco anos vividos em comum, feitos não apenas de palavras, mas também de atos, ou escolher alguém diferente, com uma visão diversa daquela que vos propus.”
“Aguardo o vosso veredicto. Tenho a certeza de que seja ele qual for, será para o bem de Portugal. Que é o mesmo que dizer para o bem dos portugueses, todos eles. Porque nestes tempos de sacrifício, cada português conta. É com cada um e todos eles que juntos vamos enfrentar a pandemia, vencer a crise e refazer Portugal”, rematou.
“Podem ter a certeza de que tentei fazer sempre o melhor que sabia e podia, nos bons e mais instantes, a pensar no interesse público e não no pessoal. Quem avança para esta eleição é exatamente o mesmo que avançou há cinco anos“, afirmou.
O atual Chefe de Estado já tinha dito estar à espera da intervenção no quadro do estado de emergência para decidir e comunicar se era ou não candidato a um novo mandato. “Até 9 de março continua a pandemia e tenho a obrigação de ser Presidente e não fazer cálculos eleitorais”, disse, no início de novembro, em entrevista à RTP. Além disso, fez também depender esta decisão do seu estado de saúde.
Antes deste anúncio oficial, Marcelo tinha já sinalizado que poderia vir a recandidatar-se, tal como o primeiro-ministro. Em maio, durante uma visita à Autoeuropa, António Costa referiu: “Se viemos cá no primeiro ano de mandato do senhor Presidente, se viemos cá no último ano do atual mandato do senhor Presidente, a terceira data é óbvia: é no primeiro ano do próximo mandato do senhor Presidente“. Posto isto, na mesma visita, o Chefe de Estado respondeu: “Cá estaremos este ano e nos próximos anos a construir um Portugal melhor”.
As eleições Presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro de 2021 e na corrida já estão Ana Gomes, Marisa Matias, João Ferreira, Tiago Mayan, André Ventura, Bruno Fialho, Paulo Alves e Vitorino Silva. Se nenhum dos candidatos obtiver mais de metade dos votos validamente expressos, excluindo os votos em branco, terá de haver uma segunda volta 21 dias depois. O sufrágio marcado para 14 de fevereiro é disputado entre os dois candidatos mais votados.
Reveja na íntegra o anúncio de Marcelo Rebelo de Sousa
(Notícia atualizada às 18h30 com mais informação)
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