“Estamos a negociar com Governo” condições para extensão da concessão, diz CTT
O presidente dos CTT adianta que os Correios concorrem à nova concessão desde que as condições sejam "de sustentabilidade".
O presidente dos CTT disse esta quarta-feira que está a “negociar com o Governo” a extensão da prestação do serviço postal universal e reiterou que os Correios concorrem à nova concessão desde que as condições sejam “de sustentabilidade”.
João Bento falava à Lusa no final da inauguração de loja CTT Picoas, que apresenta um novo conceito. Questionado sobre o ponto de situação do prolongamento da prestação do serviço postal universal (SPU), que termina no final deste mês, o presidente executivo dos Correios de Portugal disse que “o que está a ser tratado e discutido é justamente as condições para a extensão do atual contrato”.
Isto porque “o Governo não teve condições, que são fáceis de compreender, dada a grande intensidade que tem estado presente na gestão da pandemia” e, portanto, “houve temas que não puderam avançar ao ritmo que se esperava”, prosseguiu. “Estamos a negociar justamente com o Governo o que serão as condições para essa extensão”, que é “temporária”, e “também as condições para o lançamento do concurso” para a prestação do serviço universal postal, referiu.
Relativamente o concurso do contrato para a nova concessão, “certamente nos apresentaremos desde que, como sempre afirmei e continuo a afirmar, as condições sejam de sustentabilidade para o operador, condições essas que no atual contrato deixaram de estar presentes e, portanto, sobre esse ponto de vista, ainda bem que ele chega ao fim”, salientou.
Os CTT inauguraram esta quarta-feira a sua terceira loja com o novo conceito. “Esta é já a terceira loja que abrimos num conjunto de pilotos que estamos a abrir pelo país inteiro, este ano e no ano que vem”, referiu João Bento. “Tem um conjunto de preocupações que são centradas na experiência do cliente, em servir melhor os nossos clientes”, com um aspeto “mais acolhedor” e tem um espaço 24 horas, a qual tem as funções básicas de receção e de envios, “sem qualquer restrição horária”.
“Temos depois também uma nova forma de abordagem do atendimento dos clientes, uma oferta de serviços em que talvez a maior novidade que experimentamos neste novo conceito” é que “uma boa parte dos eventos são eventos feitos em ‘self-service’ não só nesta zona 24 horas mas também dentro da loja, alguém que queira entregar uma encomenda, entregar uma carta, fazer um registo pode iniciar esses processos eventualmente antes de chegar à loja ‘online’, digitalmente”, explicou.
“Pode complementá-los aqui ou pode chegar à loja fazer tudo isso, quer usando dispositivos para interação digital em regime de ‘self-service’, quer por exemplo no caso das encomendas – estamos no pico de sempre da história desta empresa e de todos os operadores postais na entrega de encomendas – em que pode chegar aqui, escolher a embalagem que é mais adequada, fazer a embalagem dos produtos que querem enviar e depois, digitalmente, ou de forma convencional fazer o envio”, prosseguiu o presidente executivo dos CTT.
A “tónica”, sublinhou João Bento, é de “um melhor serviço e mais centrado nas preocupações do cliente” e com uma “lógica de modernidade”. As duas maiores novidades que estão a ser ensaiadas são, assim, o espaço 24 horas e a experiência ‘self-service’, sendo que a loja tem também um embaixador que tenta perceber quais são as preocupações dos clientes, orientando-os nos serviços disponíveis.
A loja, apesar de pequena, disponibiliza também os serviços “nucleares” de correio expresso, encomendas, envio e receção, incluindo o espaço 24 horas, mas também a oferta de serviços de poupança e de serviços financeiros. E tem ainda dois balcões do Banco CTT, “é um piloto compacto no centro de Lisboa em que vamos continuar a experimentar todas estas novas ferramentas e formas de interação”, acrescentou.
“Iniciámos este processo no final do verão em Braga e, recentemente, numa nova loja em Sete Rios, em que vamos estar verdadeiramente a melhorar e a aperfeiçoar tudo isto enquanto vamos complementando a nossa oferta e estamos muito satisfeitos com os resultados iniciais”, disse.
Neste segmento de lojas, disse, existe uma zona “especialmente dedicada para clientes empresariais”, em particular para as pequenas e médias empresas (PME). “Há justamente um espaço físico separado mais adequado para, por exemplo, correio de quantidade”, disse João Bento, que salientou que os CTT são “certamente” líderes em Portugal na dinamização do comércio eletrónico.
Quanto ao investimento, João Bento não adiantou valores. “Não vou dizer, mas estas lojas (…) têm um investimento unitário moderadamente acima das lojas convencionais”, concluiu.
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