CTP apela a que se “deixe de discutir na praça pública” reestruturação da TAP
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal criticou a forma como está a ser conduzido o processo de reestruturação da TAP. "Há seis meses que está para entrar o novo presidente", relembrou.
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, pediu, esta terça-feira, que se “deixe de discutir na praça pública” a reestruturação da TAP e que seja escolhida rapidamente a nova gestão da empresa.
Num discurso na tomada de posse dos novos órgãos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), liderados por Pedro Costa Ferreira, Calheiros criticou a forma como está a ser conduzido o processo.
“Parem de discutir a TAP na praça pública e decidam”, apelou, recordando que “há seis meses que está para entrar o novo presidente” e a comissão executiva da companhia e lamentando que se esteja também há seis meses “a fazer uma reestruturação que não é com esta equipa”.
Também Pedro Costa Ferreira apontou problemas no processo de reestruturação, lamentando que “o diálogo político não vá mais além do que a banalidade do soundbite”.
Francisco Calheiros sublinhou ainda que, no que diz respeito ao novo aeroporto de Lisboa, previsto para o Montijo, passaram dez meses e está tudo igual, referindo que, se não fosse a pandemia, este ano o aeroporto Humberto Delgado seria uma “bagunça”.
O presidente da CTP disse ainda que, dez meses depois do início da pandemia, “as empresas estão em modo sobrevivência”, apelando à sua capitalização.
Da mesma forma, Pedro Costa Ferreira alertou para um “enorme problema de tesouraria” nas empresas do turismo “construído de uma forma tão simples como inevitável – o pagamento de custos fixos, não apenas ao longo de nove meses sem faturar, como, inevitavelmente, também nos primeiros meses do ano que agora começa”.
“Problema de tesouraria, aliás, agravado por duas circunstâncias que devemos relevar. Desde logo, um acrescido esforço de reembolso a clientes, conhecido de todos”, indicou, salientado por outro lado “uma capacidade de financiamento reduzida, tanto por balanços destruídos e consequentes dificuldades de diálogo com a banca, como por dificuldade de acesso aos esquemas de recapitalização previstos”.
Da mesma forma, o presidente da APAVT apelou a “mais linhas de crédito”, bem como a “apoios estruturantes a fundo perdido” e a “um modelo de recapitalização que anteceda o fim das moratórias bancárias”.
Para Pedro Costa Ferreira é importante sobretudo “um sistema de apoios integrado, que seja possível e permita o planeamento” e que não “tire pela janela, em impostos e prestações da segurança social” o que “entrega pela porta da frente, em apoios”.
Na cerimónia da tomada de posse, em que marcou também presença a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e o presidente da ECTAA (associação europeia do setor do turismo), Pawel Niewiadomski, o presidente da APAVT, que foi reeleito, garantiu que, apesar do contexto, esta foi “a maior votação de sempre, em setenta anos de história” da associação.
Os órgãos sociais foram eleitos para o mandato 2021-2023.
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