Lucro da Semapa dispara no final do ano. Atenua quebra em 2020 para 106,6 milhões

A empresa viu uma descida de 14% dos lucros em 2020. Mas este resultado foi atenuado pelos lucros alcançados no último trimestre do ano, que dispararam mais de 180%.

Os lucros da Semapa foram penalizados pela pandemia, com 2020 a fechar com muitas penalizações nas contas da empresa. O último trimestre do ano, porém, mostrou uma forte recuperação, com os lucros a dispararem mais de 180%. Embora não tenha sido suficiente para salvar o ano, acabou por colmatar o impacto que a pandemia teve na fatura de 2020.

A empresa fechou o ano passado com um lucro de 106,6 milhões de euros, o equivalente a uma descida de 14,1% face aos 124,1 milhões de euros observados em 2019, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa refere que o resultado líquido foi “impactado não só pela redução do EBITDA, como também por efeitos cambiais negativos na Secil (real brasileiro), refletidos nos resultados financeiros, e positivamente influenciado pela função fiscal”.

O EBIDTA passou de 468,8 milhões de euros em 2019 para 419,3 milhões de euros em 2020, ou seja, diminuiu 13,9%. Deste total, 285,5 milhões de euros vieram do setor de negócios da pasta e papel, 123,6 milhões de euros vieram do negócio do cimento (Secil) e 10,1 milhões de euros do ambiente (ETSA). Aqui, a empresa realça “a evolução positiva (…) nos segmentos do cimento (+15,3%), em especial em Portugal, e do ambiente (+30,3%)”.

No que diz respeito ao volume de negócios consolidado, este caiu 16,2% para 1.867 milhões de euros, dos quais 1.385 milhões vieram do negócio da pasta e papel, 451 milhões de euros do cimento (Secil) e 31 milhões de euros do ambiente (ETSA), lê-se no comunicado.

No contexto da pandemia, a empresa diz que “continuou a trabalhar ativamente na otimização da geração de caixa, com particular ênfase na já referida redução de custos, mas também na otimização do fundo de maneio e do Capex”. E, como consequência disso, “durante 2020, a dívida líquida reduziu-se em todos os segmentos de negócio”.

Mas, apesar desta descida de 14% dos lucros anuais, o resultado poderia ter sido bem pior, não fosse o bom desempenho do último trimestre do ano passado. Entre outubro e dezembro, a Semapa registou um volume de negócios de 420,4 milhões de euros, uma descida de 23% face ao mesmo período de 2019, mas o EBITDA subiu 1,6% para 93,3 milhões de euros, o que resultou num lucro de 33,8 milhões de euros no quarto trimestre, uma subida de 182,3% face aos 12 milhões de euros registados no trimestre homólogo.

Detalhando as diferentes áreas de negócio, no segmento da pasta e papel, a Navigator operou desde julho “na sua capacidade máxima”. Foram vendidas 343 mil toneladas de papel (-6% face a 2019), 97 mil toneladas de pasta (-3%) e 26 mil toneladas de tissue (+22%).

No negócio de cimento, “o efeito da pandemia nas diferentes geografias onde a Secil opera foi diverso”, diz a Semapa, destacando o “crescimento do volume de negócios em Portugal (+4,8% face ao ano anterior) e no Brasil (+19,4%, em moeda local, face a 2019)”.

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