Metros de Lisboa e do Porto com quebras de 50% na procura
O presidente do Metro de Lisboa revelou que a quebra no número de passageiros em 2020 foi de 50%, uma redução em linha com a quebra na procura do Metro do Porto.
O confinamento prejudicou o setor dos transportes e os metropolitanos não foram exceção. O presidente do Metropolitano de Lisboa, Vitor Domingues dos Santos, disse esta terça-feira que a empresa perdeu 50% dos passageiros em 2020. Já o Metro do Porto teve uma quebra da procura “na ordem dos 50%” devido à Covid-19.
“A pandemia do ano passado, que ainda decorre este ano, foi nefasta em relação ao número de passageiros. Perdemos cerca de 50% e, em termos de receitas, a situação não foi tão grave devido à receita e aos apoios do Estado, senão estaria na ordem dos 59 milhões de euros”, explicou o presidente do conselho de administração do Metro de Lisboa, um dos oradores da Portugal Railway Summit.
Vitor Domingues dos Santos lembrou que, com a pandemia de Covid-19, “todo o dia-a-dia” da empresa teve de ser “alterado profundamente” para proteção de clientes e trabalhadores, lembrando que, dos 1.513 trabalhadores da empresa, mais de 600 estão em teletrabalho.
Em termos de investimentos futuros, o presidente do Metro referiu que as grandes apostas são a renovação de ativos, com a alteração da sinalização e dotação das estações de acessos plenos, bem como a expansão da rede, nomeadamente a linha circular e a aquisição de novo material circulante.
Procura do Metro do Porto cai para metade
Também no Portugal Railway Summit, o presidente do Metro do Porto reconheceu a existência de elevadas quebras no fluxo de passageiros. “No ano de 2020 tivemos uma quebra muito significativa, na ordem dos 50% da procura”, revelou Tiago Braga.
Frisando que a pandemia da Covid-19 veio “intensificar a utilização do transporte individual”, o responsável mostrou-se preocupado com os efeitos a longo prazo em matéria de mobilidade.
“A mudança envolve sempre uma alteração de atitude e comportamento, uma alteração de paradigma face à forma como nos relacionamos com o meio e, aí, a Covid-19 teve impacto. Mas, mais importante, é o que provocará amanhã, qual o seu efeito residual”, salientou.
O presidente da Metro do Porto afirmou que, no decorrer da pandemia, a alteração de comportamentos de mobilidade das pessoas originou “uma abordagem quase classista na utilização do transporte público”. “Este é mais um desafio que os operadores têm de conseguir enfrentar”, defendeu.
Quanto aos planos para a próxima década, Tiago Braga revelou que a Metro do Porto está “a dias” de obter o visto do Tribunal de Contas para a expansão da Linha Amarela e construção da Linha Rosa, dois projetos que se “traduzem na visão integrada” da operadora de transportes.
Tiago Braga adiantou ainda que a Metro do Porto espera conseguir em 2021 “duplicar aquilo que era o cenário de partida [da procura] de 2019”, que se fixou “acima das 70 milhões de validações”.
“O nosso objetivo é duplicar o cenário de partida de 2019, com cerca de 70 milhões de validações a mais, mas também, com uma rede com mais 40 quilómetros”, revelou.
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