Comissão Europeia quer mais produção de componentes para vacinas na UE
Existem 41 fábricas na União Europeia a trabalhar nestes fármacos, entre produção total ou de ingredientes ativos. A Comissão Europeia quer reforçar a capacidade de produção.
Um total de 41 fábricas em nove países da União Europeia (UE) estão a trabalhar nas vacinas contra a covid-19, entre produção total ou só de componentes, mas Bruxelas quer reforçar este número para garantir entregas mais rápidas.
“Estamos a trabalhar ao nível da Europa para poder ter aqui toda a cadeia de abastecimento” para a produção de vacinas contra a covid-19, disse esta quarta-feira o comissário do Mercado Interno, Thierry Breton.
Falando com um grupo de ‘media’ europeus em Bruxelas, incluindo a agência Lusa, o responsável precisou que atualmente existem 41 fábricas na UE a trabalhar nestes fármacos, entre produção total ou de ingredientes ativos: uma na Áustria, quatro na Bélgica, uma na República Checa, 10 em França, 16 na Alemanha, duas em Itália, três na Holanda e três em Espanha e uma na Suécia.
“Temos aqui grande margem para trabalhar”, acrescentou Thierry Breton, falando num ‘briefing’ após a apresentação do novo plano da Comissão Europeia de preparação contra a covid-19 face à ameaça das variantes do novo coronavírus.
Atualmente, estão aprovadas pelo regulador europeu as vacinas da Pfizer-BioNTech, Moderna e AstraZeneca e, esta terça-feira, a farmacêutica Janssen (do grupo Johnson & Johnson) submeteu um pedido de comercialização à Agência Europeia de Medicamentos.
“Estas empresas não têm mais capacidade” de produção, observou Thierry Breton, garantindo contactos com as farmacêuticas para tentar ajudar a resolver eventuais problemas. Como estas vacinas são feitas de vários ingredientes, basta escassear algum para atrasar o processo de produção.
“Estou aqui para ajudar as empresas a atingir os seus objetivos”, acrescentou o responsável, que lidera um grupo de trabalho para contactos regulares com a indústria. Com vista ao aumento da produção, a estratégia hoje apresentada pela Comissão preconiza uma atualização ou celebração de novos acordos de compra antecipada para apoiar o desenvolvimento de vacinas novas e adaptadas através de financiamento da UE.
A instituição defende também um trabalho em estreita colaboração com os fabricantes para ajudar a monitorizar as cadeias de abastecimento e fazer face a problemas de produção, apoiar o fabrico de vacinas adicionais dirigidas a novas variantes, desenvolver um mecanismo de licenciamento voluntário dedicado para facilitar a transferência de tecnologia e apoiar a cooperação entre empresas.
Previsto está ainda que o executivo comunitário incentive à cooperação entre farmacêuticas para a produção de vacinas contra a covid-19 (como fez a Sanofi, que irá apoiar a Pfizer/BioNTech).
No âmbito desta estratégia, Thierry Breton começou já a visitar fabricantes de vacinas contra a covid-19 para tentar acelerar o processo de vacinação na UE, que está a ser marcado por atrasos nas entregas aos Estados-membros.
“Estas empresas estão a trabalhar muito arduamente para reforçar a sua produção – e já o fizeram – e estou confiante que […] estaremos em condições de atingir o nosso objetivo” de ter 70% da população adulta da UE vacina até final do verão, concluiu nesta conversa com a Lusa e outros media.
Depois de algumas farmacêuticas (como a AstraZeneca) terem informado a instituição de que irão entregar menos doses do que as acordadas para o primeiro trimestre de 2021, Bruxelas criou este grupo para tentar resolver a atual capacidade insuficiente de produção para os 27 Estados-membros, o que já levou a atrasos na distribuição, nomeadamente para Portugal.
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