Da Alemanha ao Reino Unido, Europa começa a desconfinar

Finalmente a pandemia de Covid-19 parece dar algumas tréguas à Europa. Vários governos começaram a reabrir escolas, a permitir a circulação, mas nem por um minuto desaparece a preocupação com as novas vagas causadas pelas novas variantes mais contagiosas.

Se na Europa os números a baixar levaram a novos desconfinamentos, em Portugal ainda parece uma realidade distante. Vários governantes, como Marta Temido e António Costa, mas também o Presidente da República e outros especialistas, admitiram que o confinamento em Portugal se irá estender pelo mês de março. A expectativa é que os moldes sejam semelhantes ao atual. No entanto, já se sabe uma coisa: as escolas serão as primeiras a reabrir.

Na Europa, alguns países já começaram a reabrir, outros estão perto de o fazer, meio a medo e sempre salientando que, a qualquer momento, podem fechar tudo novamente.

Alemanha

As escolas e creches reabriram na segunda-feira em 10 dos 16 estados alemães, após dois meses fechadas, apesar dos receios de uma terceira vaga da pandemia de Covid-19 devido à variante britânica.

Um rascunho do plano de desconfinamento alemão está dividido em três fases, segundo Angela Merkel. A chanceler alemã quer reabrir, começando por aliviar o limite aos ajuntamentos, seguido por todas as escolas e institutos profissionais e, em terceiro lugar, a reabertura do desporto, restauração e cultura. No entanto, a meio de fevereiro, Merkel avisou que quando o plano de reabertura estiver completo, o país deve ficar em confinamento mais duas semanas, para ter a certeza que é seguro desconfinar.

Itália

O sistema italiano é semelhante ao usado por Portugal e por outros países europeus, separando as regiões e municípios por zonas de risco. O desconfinamento em algumas áreas começou ainda em janeiro, mas foi no primeiro dia de fevereiro que a maior parte do país passou a “amarelo” (restrições mais leves). Ainda assim, as restrições às viagens continuam em vigor, bem como a obrigatoriedade do uso de máscara e o recolher obrigatório às 22h.

As áreas de risco vão oscilando, mas a 21 de fevereiro o país encontrava-se com zero regiões na “zona vermelha”, à exceção de alguns confinamentos municipais nas regiões de Úmbria e Bolzano.

Reino Unido

O desconfinamento no Reino Unido vai começar a 8 de março. Entre as principais prioridades do governo de Boris Johnson, encontra-se a reabertura de escolas, passando também, a partir da mesma data, a ser permitida a recriação em espaços públicos entre duas pessoas. Todas as escolas em Inglaterra deverão reabrir na data indicada e serão também permitidas as atividades extracurriculares, desde que realizadas ao ar livre.

A partir de 29 de março, serão aliviadas ainda mais medidas, passando a ser permitido ajuntamentos ao ar livre entre seis pessoas ou membros de dois agregados familiares e as instalações desportivas ao ar livre (como campos de ténis e de basquetebol) poderão reabrir. A 12 de abril, lojas, cabeleireiros, bibliotecas e ginásios vão poder abrir, e bares e restaurantes vão poder servir em esplanadas, e a 17 de maio é a vez dos cinemas, teatros, concertos e eventos com até 30 pessoas. O executivo inglês espera que a 21 de junho acabem todas as restrições.

Além de Inglaterra, também o País de Gales começou a reabrir. Desde segunda-feira que as pessoas se podem reunir ao ar livre e, na próxima semana, os alunos vão voltar às escolas. A partir de 12 de março espera-se que o comércio se junte e reabra também. Também na Escócia as escolas já começaram a voltar ao ativo.

Londres anunciou entretanto que mantém a proibição de viagens ao estrangeiro e restrições à entrada no Reino Unido devido a covid-19 pelo menos até 17 de maio.

Por outro lado, na Irlanda do Norte o governo anunciou a extensão do confinamento até 1 de abril. Ainda assim, as crianças entre os 4 e os 7 anos poderão voltar à escola a partir de 8 de março.

Espanha

Cada comunidade em Espanha tem o seu próprio confinamento e as suas próprias regras. O desconfinamento começou já em janeiro, por exemplo no País Basco, Estremadura e Ilhas Baleares.

Mais recentemente, também a Galiza e Castela e Leão anunciaram o levantamento de algumas restrições. Em Galiza será permitido, a partir de dia 27, a mobilidade entre a maioria dos concelhos, as aulas em universidades e até a abertura dos centros comerciais ao fim de semana. Em Castela e Leão é permitido circular entre as províncias da comunidade, mas as fronteiras com as restantes regiões continuarão encerradas. Ambas as comunidades fazem fronteira com Portugal e as fronteiras vão permanecer encerradas, pelo menos, até 1 de março, como acordado entre ambos os governos.

Países Baixos

O confinamento continua até março, mas as escolas primárias e os infantários já abriram e o comércio já viu um ligeiro alívio com a possibilidade dos clientes recolherem as encomendas pessoalmente. Novas decisões esperam-se esta terça-feira, à medida que a revolta com o confinamento e o recolher obrigatório aumenta entre os holandeses.

Bélgica

Segundo disse o ministro da Economia, Pierre-Yves Dermagne, à televisão belga, o plano é retomar “setor por setor”. Mas há já uma data: a partir de 1 de março começa a reabrir “o comércio com contacto, à exceção dos cabeleireiros”. O ministro quer também dar prioridade ao retorno ao ensino presencial nas universidades e ao regresso das atividades ao ar livre. O resto, só mais tarde.