Eles Vêm Aí #2 Portugal não tem um, tem 30 mil salários mínimos

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Apesar do impacto da pandemia nas contas das empresas portuguesas, o Governo decidiu voltar a subir o salário mínimo. Uma escolha que vários outros países da Zona Euro também tomaram, em plena pandemia. Mas, afinal, porque é que é tão importante fixar uma retribuição mínima garantida? De onde vem essa ideia e para onde vai? É isso que está em análise no episódio mais recente do podcast Eles Vêm Aí, que desta vez conta com a participação do economista Pedro Raposo.

“Há sempre um trade-off. Se o salário mínimo for demasiado baixo, temos problemas ao nível da distribuição da riqueza. Agudiza o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Se for demasiado alto, também tem um impacto. Se agora passarmos dos 600 euros para 1.600 euros, é óbvio que alguém vai perder emprego“, observa Raposo, que também é professor na Universidade Católica, referindo que, apesar dos aumentos dos últimos anos, a retribuição mínima praticada em Portugal continua a ser “muito baixa”, sobretudo quando comparada com outros países europeus.

Neste episódio do Eles Vêm Aí — em que também se fala sobre a origem do salário mínimo em Portugal e no mundo –, o economista frisa ainda que a negociação coletiva por cá é um tanto “esquizofrénica” e que, por ação destes processos, não há hoje um valor mínimo de remuneração, mas 30 mil.

O podcast “Eles Vêm Aí” é um projeto da jornalista do ECO Isabel Patrício. Pode ouvir os episódios e seguir o projeto aqui.