BCP agrava comissões. Preços das transferências crescem até aos 10%
As alterações de preçário da instituição liderada por Miguel Maya entrarão em vigor a 17 de maio. Para além das transferências, pedir cheques e levantar dinheiro ao balcão vai também ficar mais caro.
O BCP é o mais recente banco a preparar-se para fazer alterações no seu preçário. Fazer transferências para contas sediadas noutras instituições bancárias ou no estrangeiro, bem como levantar dinheiro ao balcão, vai passar a ser mais caro. Mas as subidas ocorrem também nos cheques.
As alterações foram anunciadas pelo banco no seu site e entram em vigor a partir de 17 de maio. Deste modo, a instituição liderada por Miguel Maya junta-se a outros bancos, como o BPI, o Novo Banco e a Caixa Geral de Depósitos, que desde o final do ano passado têm vindo a comunicar os agravamentos das comissões junto dos clientes particulares.
Estas medidas surgem numa altura em que a margem financeira das instituições se vê pressionada pela política de juros baixos do Banco Central Europeu (BCE), apresentando-se as comissões como um outro meio que os bancos têm de garantir lucros.
No caso do BCP, é a primeira mudança no preçário dos meios de pagamento em cerca de ano e meio. Fonte oficial da instituição assegurou ao ECO que as alterações em cima da mesa “não têm quaisquer impactos nos clientes particulares e empresariais que detêm uma solução integrada junto do banco”. “Mantém-se, para todos os clientes, a gratuitidade das transferências efetuadas para contas do próprio banco, pontuais ou permanentes, se efetuadas no portal ou na app Millennium”, acrescenta.
De acordo com o “novo” preçário, as principais diferenças serão sentidas ao nível da realização de transferências bancárias para contas domiciliadas noutros bancos. Os preços associados a estas transferências vão sofrer, em grande parte dos casos e por via de diversos canais, agravamentos.
As transferências a crédito SEPA+ para outros bancos ou para contas sediadas no estrangeiro, para montantes até aos 100 mil euros, através da internet ou da aplicação do telemóvel vão encarecer 10%, passando a custar 1,10 euros. Mas se o mesmo pedido for feito através de chamada telefónica ou ao balcão, em ambos os casos com ajuda de um operador do banco, a subida será de 8,3%, de seis euros para os 6,50 euros.
Uma transferência para outro banco com caráter urgente será também mais cara. Se até 17 de maio estas custam aos particulares um acréscimo de 20 euros, a partir dessa data passarão a adicionar 25 euros à conta final, independentemente do montante e do canal de receção da ordem de transferência.
Quanto às transferências urgentes para países que não fazem parte da zona SEPA – ou seja, que não tem o euro como a moeda oficial -, o preço vai aumentar em cinco euros, dos 25 para os 30 euros.
Cheques vão ficar mais caros
Também os pedidos de requisição e de entregas de módulos de cheques de diversas tipologias sofrem um aumento generalizado, graças às novas alterações do preçário do BCP. Tal acontece seja no caso dos cheques cruzados, não cruzados e de outros tipos, bem como nas várias modalidades de pedido – seja através do balcão, do multibanco, pela internet ou por via telefónica. Os aumentos vão até a um máximo de 26,50 euros, algo que acontece com os pedidos de livros de 150 cheques.
Exemplificando, pedir um livro de 30 cheques, ao balcão, sofrerá uma subida entre cinco a 10 euros. No caso dos cheques à ordem, o acréscimo será de cinco euros para os de tipologia cruzada e não cruzada, acontecendo o mesmo no caso dos cheques não cruzados e que não sejam à ordem. Já nos cheques não cruzados, à ordem, o valor sobe dos 65 euros para os 75 euros.
Também os pedidos de cheques bancários sofrem um aumento considerável com esta alteração de preçário. Se antes custavam 20 euros aos clientes do Millennium BCP, passarão a oferecer, a partir de 17 de maio, uma despesa de 25 euros a quem o fizer.
Por sua vez, o uso indevido de um cheque será também mais dispendioso para particulares, com a comissão associada a subir dos 45 para os 50 euros. Nos casos de devolução de cheques, a comissão passa a ser de 60 euros, um aumento de 10 euros face ao anteriormente estabelecido.
O BCP introduz estes agravamentos tendo em consideração a Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho, promovida pelo Banco de Portugal, e “que incentiva a utilização de meios de pagamento digitais”. Desta forma, o banco anuncia que vai descontinuar os livros de cheques de maior dimensão (300 e 500 cheques).
Finalmente, refira-se que também o levantamento de dinheiro por via de talão, em balcões autorizados do BCP, sofrerá um aumento de comissões na ordem dos 1,50 euros – dos 4,50 para os 6 euros.
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