Senado dos EUA retoma aprovação de pacote de estímulos económicos após 12 horas de impasse
Na origem do bloqueio esteve o senador Joe Manchin, o democrata mais próximo dos republicanos, que contestou a proposta de subsídio de desemprego de emergência incluída no pacote de 1,9 biliões.
O Senado norte-americano retomou na sexta-feira, pouco antes da meia-noite, o processo de aprovação do pacote de estímulos económicos para fazer face à devastação provocada pela pandemia, após mais de 12 horas de impasse. Na origem do bloqueio esteve o senador Joe Manchin, o democrata mais próximo dos republicanos, que contestou a proposta de subsídio de desemprego de emergência incluída no pacote de 1,9 biliões de dólares (1,59 biliões de euros) impulsionado pela administração do democrata Joe Biden, alinhando-se com a oposição.
A magra vantagem dos democratas no Senado (com o mesmo número de senadores que os republicanos, 50-50, mas tendo a possibilidade de obter o desempate através da vice-Presidente Kamala Harris) não permite a dissidência de nenhum dos senadores do partido. Após negociações, os democratas conseguiram reconquistar o voto de Manchin, baixando os subsídios de desemprego de 400 para 300 dólares por semana (335 para 251 euros), aplicáveis até 06 de setembro.
Esta é a mais recente concessão no projeto impulsionado pela Casa Branca, depois de o Presidente ter aceitado, nos últimos dias, que os pagamentos diretos à população (ou “cheques”), a medida mais dispendiosa do pacote de estímulos, se limite a pessoas com rendimentos anuais inferiores a 80 mil dólares, ou 160 mil dólares para casais.
O aumento do salário mínimo para 15 dólares (cerca de 12 euros) por hora também foi rejeitado pelos senadores republicanos da Câmara Alta. Apesar da redução do subsídio de desemprego de emergência, a Casa Branca declarou o seu apoio ao novo acordo saído das negociações com Manchin.
“O Presidente [Joe Biden] apoia o acordo de compromisso e agradece a todos os senadores que trabalharam arduamente para alcançar este resultado”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em comunicado. Por seu turno, Manchin defendeu, em declarações aos jornalistas, que o plano de salvamento acordado permitirá à economia “recuperar rapidamente”, defendendo a redução dos benefícios. “O Presidente deixou claro que teremos vacinas suficientes para todos os americanos até final de maio, e estou confiante que a recuperação económica continuará”, disse o senador.
O acordo permitiu ao Senado retomar o processo de aprovação do pacote de estímulos, após as quase 12 horas de impasse que se seguiram à votação da primeira das alterações, sobre o aumento do salário mínimo, a que se opuseram oito democratas, juntamente com os 50 senadores republicanos. A Câmara Alta procederá à votação de novas emendas nas próximas horas, até à aprovação final do projeto, prevista para este sábado.
A proposta terá ainda de ser sujeita a aprovação na Câmara dos Representantes, antes de ser remetida ao presidente para promulgação. Se for aprovado, o resgate económico de Biden vai somar-se aos 900 mil milhões de dólares (743 mil milhões de euros) que o Congresso impulsionou em dezembro passado e aos 2,2 biliões de dólares (1,8 biliões de euros), o maior pacote da história dos Estados Unidos, aprovado em março de 2020, quando o vírus foi detetado pela primeira vez no país.
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