Exclusivo TAP propõe aumento de capital de 6,9 milhões na Groundforce
O impasse na Groundforce pode ter uma solução: A TAP propôs a Alfredo Casimiro um aumento de capital de 6,9 milhões de euros na empresa de 'handling', mas está dependente da aceitação do empresário.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tem uma proposta para o impasse na Groundforce: A TAP apresentou uma proposta de aumento de capital da empresa de ‘handling’ no valor de 6,97 milhões de euros, o que permitirá pagar os salários em falta de fevereiro e tempo para suportar os encargos salariais enquanto não há retoma de atividade, mas o acionista privado e maioritário, Alfredo Casimiro, tem de aceitar esta proposta para que ela venha a ser efetivada. A Groundforce tem 500 mil euros de capital e passará a ter 7,47 milhões com esta operação.
Depois de 15 dias de impasse nas negociações entre o Governo e a TAP, por um lado, e o principal acionista da Groundforce, por outro, em torno de um empréstimo de 2,5 milhões de euros para o pagamento de salários, e confirmada a situação de penhora das ações de Alfredo Casimiro na empresa de ‘handling’, o Governo começou a trabalhar noutra solução: um aumento de capital, que poderá ou não ser acompanhado por Casimiro. Se o empresário não acompanhar a operação, a TAP passará de 49,9% para uma maioria de capital da empresa. E os 6,9 milhões de euros têm uma explicação: São o equivalente à conversão do penhor, caso o empresário já não tivesse as ações penhoradas, revelou outra fonte ao ECO.
Como revelou o ECO Insider — a newsletter semanal exclusiva para assinantes ECO Premium — a solução estava a ser trabalhada entre as Infraestruturas e as Finanças: Um aumento de capital promovido pelo Estado. Seria a forma de entrar dinheiro na empresa de ‘handling’ e de reduzir a participação de Alfredo Casimiro a uma situação de minoritário, por contrapartida com um empréstimo de 30 milhões de euros que nenhum banco agora quer conceder à companhia com esta situação de impasse acionista e com as ações do empresário já penhoradas. Estão em causa cerca de 2.400 trabalhadores e a resposta da TAP ao aumento da procura quando houver uma reativação do turismo.
Pedro Nuno Santos não quer a nacionalização, porque isso o obrigará a dar a cara, sozinho, por mais uma reestruturação, e já lhe chega a TAP. E a insolvência tem outro problema: É possível criar outra empresa de ‘handling’ no espaço de semanas, a tempo de responder à recuperação da procura da TAP? Há a Portway, outra empresa de ‘handling’ a operar em Portugal, mas não tem a dimensão para substituir a Groundforce no curto prazo.
A novidade, neste operação, é mesmo ser a TAP a protagonizar o aumento de capital, passando a maior acionista se Alfredo Casimiro não acompanhar a operação com 7,5 milhões de euros. Porquê? Porque a TAP está intervencionada, sob o regime de ajuda de Estado, portanto, Bruxelas terá dado autorização a esta operação. Falta agora a resposta do acionista privado, Alfredo Casimiro. E se o empresário não acompanhar esta operação, a TAP passará a ser maioritária na empresa. Mas, recentemente, Alfredo Casimiro sinalizou outra intenção. “Quando as empresas não têm capital ou o perdem por alguma razão têm de haver reforços de capital. A minha disponibilidade é total para ir a um aumento de capital“, disse o empresário ao ECO no dia 5 de março.
(Correção: O aumento de capital proposto pela TAP é de 6,9 milhões de euros, para 7,5 milhões, face aos 500 mil euros que agora tem).
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