Espanha “não tem revelado interesse na ligação” com Huelva, diz Pedro Nuno Santos
O Governo, e sobretudo os algarvios, querem Vila Real de Santo António ligada a Huelva, mas Espanha não vê muito interesse nessa ligação, adiantou Pedro Nuno Santos.
A inclusão de Portugal no Corredor Mediterrâneo é um desejo do Governo, mas sobretudo dos algarvios. O Executivo afirma ser “fundamental” ligar Vila Real de Santo António a Huelva, mas Espanha não partilha da mesma opinião. Pedro Nuno Santos disse esta quarta-feira que esse é um “trabalho que vai demorar”, devido à falta de vontade do país vizinho.
“Temos aqui um problema com a inclusão de Portugal no corredor mediterrâneo. Somos completamente a favor disso. E achamos incompreensível que o Corredor Mediterrâneo termine em Huelva e não se estenda ao Algarve“, disse o ministro das Infraestruturas, durante uma audição no Parlamento. “O problema é que os espanhóis não têm revelado nenhum interesse e isso dificuldade muito o nosso trabalho”, acrescentou.
A extensão deste corredor ao Algarve é pedida por muitos espanhóis, nomeadamente a Câmara de Comércio de Huelva que, segundo o jornal Diário de Huelva, “proporcionaria benefícios acrescidos a todo o comunidade Autónoma”. O mesmo acontece com as associações empresariais algarvias e da região da Andaluzia, que pedem a criação de uma linha de alta velocidade entre Huelva e Faro, segundo o Dinheiro Vivo.
Contudo, o ministro das Infraestruturas nota que não será possível fazer esta ligação “porque os espanhóis não querem”. E que, assim, esse “trabalho vai demorar”. “Os espanhóis, por várias vezes, deram a entender que não está nos planos a ligação de Huelva a Vila Real de Santo António. E isso é um problema, porque achamos essa ligação fundamental”, continuou Pedro Nuno Santos.
Outro entrave que está a ser colocado por Espanha tem a ver com o “restabelecimento das ligações internacionais dos comboios noturnos”. “É um problema, porque os espanhóis não querem. Não podemos contar com a RENFE e isso levanta problemas de financiamento da nossa operação. É possível de ser enquadrada no Contrato de Serviço Público, mas só até à fronteira”, explicou o ministro.
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