Grécia: Assistência poderá estar em causa se FMI rejeitar participar
A Grécia está novamente em maus lençóis a aguardar por uma decisão do FMI. A participação do Fundo Monetário Internacional é decisiva para que a UE apoie os gregos, avisa Klaus Regling.
O diretor-geral do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, admitiu esta segunda-feira que as instituições europeias não aprovarão o desembolso da próxima ‘tranche’ do programa de assistência à Grécia se o Fundo Monetário Internacional (FMI) rejeitar participar no resgate.
“Essa é a minha hipótese de trabalho. Não porque seja a minha condição, mas porque os nossos Estados-membros assim o entendem. Esse é o acordo institucional a que chegámos no passado. Essa é a minha hipótese de trabalho”, afirmou Regling aos jornalistas quando questionado sobre se a participação do FMI era uma condição para aprovar o próximo desembolso à Grécia.
O FMI vai anunciar a 6 de fevereiro se participa no resgate à Grécia, face ao qual agora só proporciona apoio técnico aos credores europeus – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e MEE –, mas os Estados-membros, nomeadamente a Alemanha, que conta com o apoio de Bruxelas, insistem que a instituição deve participar no resgate.
Nesta decisão, o Fundo terá em conta a análise de sustentabilidade da dívida helénica que considera ser “altamente insustentável”, o que contraria a posição do MEE, que entende que esta “pode ser gerível”. Neste sentido, Regling lembrou que estas preocupações “não são novas” e que a posição do MEE é “clara” quanto a continuar o programa com a participação do FMI, não porque necessitem do seu apoio financeiro, considerando que o MEE o pode proporcionar, mas porque esse foi o acordo entre as instituições “e não há razão para mudá-lo agora”.
Não porque seja a minha condição, mas porque os nossos Estados-membros assim o entendem. Esse é o acordo institucional a que chegámos no passado.
O diretor-geral do MEE assumiu que o deixa “muito nervoso” a possibilidade de o FMI recusar participar no resgate, “porque isto criaria sérios problemas em alguns países”, e assegurou que o presidente do Eurogrupo e ministro holandês das Finanças, Jeroen Dijsselbloem, bem como as instituições europeias, “estão a trabalhar” para que o FMI participe na próxima reunião do Eurogrupo. Questionado sobre se as instituições europeias têm um “plano B” caso o FMI rejeite participar no resgate à Grécia, Regling respondeu negativamente.
O responsável antecipou que as instituições europeias não terão de desembolsar os 86.000 milhões de euros previstos no terceiro resgate, uma vez que, quer o crescimento, quer o desempenho orçamental do país foram “melhores do que o esperado” e a banca “provavelmente necessitará de menos 20 mil milhões de euros que o previsto”.
Na sexta-feira, foi divulgado um relatório segundo o qual o FMI considera a situação da dívida grega “insustentável” e “explosiva” a longo prazo e apela à zona euro para propor medidas de alívio “mais credíveis”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Grécia: Assistência poderá estar em causa se FMI rejeitar participar
{{ noCommentsLabel }}