Dívida da Grécia em risco? Merkel mantém apoio a Tsipras
Merkel deu o sinal de apoio que Tsipras precisava, mas sem compromissos. A discussão continuará no Mecanismo Europeu de Estabilidade, mas principalmente no Eurogrupo com os restantes Estados-membros.
Entre a dívida grega e a crise dos refugiados, Angela Merkel mantém o apoio ao Governo do Syriza. Alexis Tsipras reuniu com a chanceler alemã em Berlim após o Conselho Europeu desta quinta-feira, um evento marcado pela vontade do Mecanismo Europeu de Estabilidade de suspender o alívio da dívida grega uma vez que não existe consenso no Eurogrupo.

O que fez a Grécia? Fez passar no Parlamento leis que restabelecem o 13.º mês para os pensionistas mais pobres e, além disso, o adiamento da subida do IVA nas ilhas que têm recebido milhares de refugiados. O que fez a Alemanha? Reagiu mal, mas parece que esta sexta-feira os ânimos já acalmaram: segundo a Bloomberg, Merkel afirmou hoje aos jornalistas, à margem do encontro com Alexis Tsipras, que a Grécia “está a passar por uma fase que não é fácil”, declarando a continuação do seu apoio.
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"O assunto está em boas mãos com as instituições [europeias] e o Eurogrupo. Mas garanto que a declaração do primeiro-ministro grego sobre a situação será certamente tida em conta na discussão.”
“Este não é o espaço onde as decisões vão ser feitas“, sentenciou a chanceler. O primeiro-ministro grego defendeu que o país que governa não pode cair outra vez na incerteza. Tsipras pediu “decisões corajosas” por parte de todos os seus parceiros para demonstrar aos investidores que a Grécia deixou a crise para trás. Merkel não comentou especificamente os gastos do Governo com os pensionistas, mas sinalizou que o assunto vai ser discutido, apesar de manter a discussão no Eurogrupo.
“O assunto está em boas mãos com as instituições [europeias] e o Eurogrupo. Mas garanto que a declaração do primeiro-ministro grego sobre a situação será certamente tida em conta na discussão”, afirmou Angela Merkel aos jornalistas: “A nossa discussão não tem sido sempre fácil, mas temos sempre sido honestos e sinceros“.
Em causa está um apoio mais explícito em matéria de migração do que política orçamental, mas a chanceler alemã não parece estar inclinada a criar uma crise de dívida e política na Grécia, com a possibilidade de eleições em breve. Merkel demonstrou todo o apoio ao país para proteger as fronteiras tendo em conta a crise dos refugiados.
Editado por Paulo Moutinho
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