Fórum admite queda menor do PIB no primeiro trimestre

A recuperação da economia em março levou o Fórum para a Competitividade a rever em ligeira alta a sua previsão do PIB para o primeiro trimestre deste ano.

O Fórum para a Competitividade reviu em alta a previsão para o PIB do primeiro trimestre. Na nota de conjuntura de março divulgada esta segunda-feira, a instituição vê agora a economia a cair, no máximo, 3% em cadeia (face ao quarto trimestre), por causa do segundo confinamento. Em termos homólogos, o PIB cairá no máximo 5,5%, o que fica abaixo da queda de 6,1% registada no quarto trimestre.

O Fórum para a Competitividade estima agora uma variação homóloga entre -3,5% e -5,5%, e uma variação em cadeia entre -1% e -3%“, lê-se na nota de conjuntura. Anteriormente, o intervalo em termos homólogos ia dos -5,5% aos -8,5% e em cadeia dos -3% aos -6%. Ou seja, o cenário melhor da estimativa feita há um mês passou a ser o cenário pior da nova previsão, mostrando uma clara melhoria.

O que justifica esta revisão em alta? Por um lado, o Fórum considera que, “como seria de esperar, devido ao severo confinamento decretado, os dados de janeiro e fevereiro foram bastante negativos, em particular nas vendas a retalho, serviços e turismo”. Contudo, com a melhoria da situação epidemiológica e o arranque do desconfinamento, os “dados de elevada frequência de março sugerem uma apreciável recuperação”. Assim, a visão passou a ser “um pouco menos pessimista”.

O setor mais atingido pela crise pandémica no arranque do ano será, sem surpresas, o dos serviços — “o turismo foi o setor com quedas mais fortes, agravadas por não poderem beneficiar nem do Carnaval nem da Páscoa“, recorda o Fórum –, ao passo que a indústria e a construção conseguem resistir melhor.

Na última atualização das suas previsões em fevereiro, a Comissão Europeia estimou uma contração em cadeia do PIB de 2,1% no primeiro trimestre, a maior entre os 27 Estados-membros. Este valor fica agora dentro do intervalo definido pelo Fórum.

Enquadramento externo para os próximos trimestre é “ambivalente”

O Fórum antevê que o segundo trimestre seja “já de alguma recuperação”, tal como anteciparam vários economistas ao ECO, porque “deverá haver um forte alívio do confinamento e restrições que vigoraram durante quase todo o primeiro trimestre e porque o trimestre homólogo foi o de maior quebra da pandemia, com queda do PIB trimestral de 13,9%”.

Contudo, a incerteza ainda não se dissipou, principalmente porque o “enquadramento externo é ambivalente”. Por um lado, “tem havido claras revisões em alta do PIB, a nível mundial, auxiliadas de forma importante pelo pacote orçamental americano”. Por outro lado, a Europa parece estar a caminho de uma situação pior, com revisão do PIB em baixa na Alemanha, por exemplo, e o agravamento da pandemia, em contraciclo do que se passa em Portugal. Caso haja novos confinamentos em países europeus, estes terão “impactos claros nas nossas exportações e turismo”, avisa o Fórum.

No cômputo geral, estamos agora um pouco menos pessimistas em relação à evolução da atividade ao longo de 2021, mas a elevada incerteza leva-nos a manter as previsões anteriores“, conclui a nota de conjuntura de março. A última previsão anual do Fórum aponta para um intervalo entre uma queda de 4% do PIB e um crescimento de 1%.

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