Bancos portugueses têm menos 1.200 trabalhadores e fecharam 200 balcões em 2020
Grande parte deste ajustamento foi feito nos cinco principais bancos nacionais: Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander, Novo Banco e BPI. Na última década, banca perdeu 16 mil trabalhadores.
Em ano de pandemia, os bancos aceleraram a redução de pessoal. De acordo com os dados da Associação Portuguesa de Bancos (APB), o setor perdeu cerca de 1.200 trabalhadores em 2020. Também voltou a cortar o número de agências: há menos 200 balcões em relação ao ano anterior.
“Em 2020, os bancos deram continuidade ao seu processo de reestruturação, uma tendência que se tem verificado nos últimos anos e que resulta da necessidade de melhoria da eficiência operacional e da adaptação dos modelos de negócio às novas necessidades dos clientes”, contextualiza a APB, associação liderada por Faria de Oliveira e que representa o setor da banca.
Grande parte deste ajustamento foi feito nos cinco principais bancos nacionais. Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, Novo Banco e BPI indicaram, no seu conjunto, terem encerrado 169 balcões e cortado 1.222 postos de trabalho no ano passado. E o processo não vai ficar por aqui já que muitas instituições têm em curso planos de redução de pessoal, como já foi anunciado no Banco Montepio (saída até 900 trabalhadores até 2022), Novo Banco (redução de 750 em três anos) e Santander.
Os bancos explicam estes cortes com a crescente digitalização do negócio bancário em contexto de pandemia, além da necessidade de otimizar a estrutura de custos em função da concorrência e do ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE).
Nos anos anteriores, a redução do número de trabalhadores foi menor, com 788 saídas em 2019 e 931 saídas em 2018. A tendência não é nova: desde 2011 que os bancos cortaram 16 mil trabalhadores e quase 2.500 agências.
Em relação ao desempenho dos bancos em 2020, a APB acrescenta que a rentabilidade do setor bancário foi bastante afetada pelos impactos da pandemia Covid-19,” com o resultado líquido a cair 77%, em termos homólogos, para os 435 milhões de euros”. Este resultado é maioritariamente explicado pelo reforço expressivo das imparidades, que totalizaram 2,9 mil milhões de euros (mais 74% que o valor registado em 2019), adianta a associação.
O volume de negócios cresceu: apenas com referência à atividade doméstica, o crédito às empresas cresceu mais de 10% e o crédito a particulares subiu 1,6%. Os depósitos também subiram quase 5% para os 279,8 mil milhões de euros.
Por outro lado, os bancos reforçaram os seus níveis de solvabilidade, com o rácio CET1 a aumentar para 15,4% e o rácio de solvabilidade a subir para 18,1%, “o que lhes permitiu continuar dar uma resposta eficaz às necessidades de financiamento da economia.
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