Impressora do Banco de Portugal produziu recorde de 500 milhões de notas
Cada um dos 68 trabalhadores da Valora, a fábrica de produção de notas do Banco de Portugal, produziu mais de 7 milhões de notas em 2020. Portugueses ainda têm 95 milhões de euros em escudos.
A Valora, a fábrica de produção de notas do Banco de Portugal, imprimiu um histórico de 500 milhões de notas de euro no ano passado, de acordo com o relatório de emissão monetária de 2020 divulgado esta quarta-feira.
Mais de 380 milhões dessas notas “made in” Banco de Portugal foram entregues aos bancos centrais da Áustria, Bélgica e Irlanda no âmbito dos acordos de cooperação com aquelas instituições assinados em 2018 e 2019. A estes bancos centrais, o Banco de Portugal entregou 316,4 milhões de notas de 5 euros (1.582 milhões de euros) e 64,1 milhões de notas de 20 euros (1.282 milhões de euros).
O Banco de Portugal produziu ainda outros 114 milhões de notas para países que não pertencem à união monetária.
“Esta quantidade representou um recorde da produção anual e traduziu-se, igualmente, num incremento do rácio de produtividade, para sete milhões de notas por trabalhador, que compara muito favoravelmente com outros impressores europeus”, destaca o Banco de Portugal.
Ainda que a pandemia tem provocado disrupções na atividade das empresas, a Valora, com 68 trabalhadores, foi o único impressor detido por um banco central nacional da Zona Euro que manteve a atividade ininterrupta no ano passado. “Máscaras, álcool-gel, viseiras, desinfeções diárias das áreas, apoios extraordinários às deslocações, tudo foi feito para que os trabalhadores pudessem desempenhar as suas funções com a máxima segurança. A Valora pôde, assim, concluir o ano de 2020 sem nenhum atraso, quer na entrega de notas de euro, quer na entrega de notas para países fora da União Monetária”, relata a instituição liderada por Mário Centeno.
A empresa é detida a 100% pelo Banco de Portugal e funciona nas instalações do banco no Complexo do Carregado desde 1999. Registou um lucro de 2,1 milhões de euros no ano passado.
Levantamento de notas no Banco de Portugal atinge mínimo com a pandemia
Ainda segundo o relatório da emissão monetária, o levantamento de notas no Banco de Portugal — a principal componente das saídas do banco central –, realizado pelas empresas de transporte de valores em nome das instituições financeiras, atingiu o valor mais baixo desde a introdução do euro: foram levantados 9,3 mil milhões de euros, uma redução de 12,2% face a 2019.
“Em 2020, o valor das notas levantadas situou-se, na maioria dos meses, abaixo do nível do ano anterior, revelando uma redução global de 12,2%”, refere o Banco de Portugal.
“Ao longo do ano, o valor dos levantamentos acompanhou o efeito das medidas restritivas aplicadas em função da evolução da pandemia de Covid-19”, com as principais quebras a ocorrerem, sobretudo, entre março e maio, tendo chegado aos 28,8% em abril.
Também em agosto e outubro, o montante levantado “se afastou significativamente dos níveis alcançados em 2019”, ultrapassando em muito a variação anual (26,0% e 20,7%, respetivamente). Por outro lado, em julho, já com grande parte do território nacional apenas em situação de alerta, o valor dos levantamentos recuperou e chegou mesmo a ultrapassar o registado em igual mês de 2019.
Já dezembro, um dos meses de maior consumo por causa da época de festas de Natal e Ano Novo, o valor levantado foi, inclusivamente, muito próximo do alcançado no ano anterior, sublinha o Banco de Portugal.
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