Criadores pretendem remodelar Superliga europeia após êxodo dos ingleses
"Dadas as correntes circunstâncias, vamos reconsiderar os passos a dar para remodelar o projeto", adiantaram os criadores da Superliga europeia de futebol em comunicado.
Os criadores da Superliga europeia de futebol revelaram esta quarta-feira, em comunicado, que pretendem remodelar aquela competição, depois de os seis clubes ingleses terem anunciado o seu abandono.
“Apesar da anunciada partida dos clubes ingleses, forçados a tal decisão devido à pressão exercida sobre eles, estamos convencidos de que a nossa proposta está completamente alinhada com as leis e regulamentos europeus, como foi demonstrado pela recente decisão judicial de proteger os direitos da Superliga”, pode ler-se no comunicado distribuído, após uma reunião telemática dos clubes que se mantêm.
Aquela estrutura acrescenta: “Dadas as correntes circunstâncias, vamos reconsiderar os passos a dar para remodelar o projeto, tendo sempre em conta que os nossos principais objetivos são oferecer aos adeptos a melhor experiência possível, além de garantir os mecanismos de solidariedade para toda a comunidade do futebol.”
As equipas espanholas do Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madrid e os italianos Juventus, Inter de Milão e AC Milan mantêm a proposta de uma nova competição europeia, “porque o sistema atual não funciona”. A saída dos ingleses Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham não provoca nenhuma alteração, acrescentam.
Os seis clubes ingleses co-fundadores da denominada Superliga europeia de futebol – Arsenal, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham e Chelsea – anunciaram a sua desistência da competição.
O Manchester City foi o primeiro dos clubes ingleses a oficializar, na terça-feira, a saída da Superliga, seguindo-se, pouco depois e praticamente ao mesmo tempo, Arsenal, Liverpool, Manchester United e Tottenham, antes de o Chelsea consumar o abandono de toda a ‘elite’ do futebol britânico, já na madrugada desta quarta-feira.
Com o anúncio da saída do Chelsea, o grupo de clubes fundadores da Superliga fica reduzido a metade, restando apenas seis dos primeiros 12 emblemas que foram anunciados há pouco mais de 48 horas: os espanhóis Real Madrid, FC Barcelona e Atlético de Madrid e os italianos AC Milan, Inter de Milão e Juventus.
Contudo, a comunicação social internacional adianta que Atlético de Madrid, AC Milan e Inter de Milão também se preparam para oficializar a saída em breve.
UEFA elogia abandono dos seis clubes ingleses do projeto
O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, saudou esta quarta-feira a retirada de seis clubes ingleses, dos 12 promotores de uma Superliga privada, prometendo reconstruir a “unidade do futebol europeu”.
“O importante agora é seguir em frente e reconstruir a unidade do desporto e seguirmos em frente – juntos -“, afirma o presidente da UEFA em comunicado.
Ceferin, num gesto de apaziguamento diz que que é importante “mudar de ideias” e que “é admirável reconhecer um erro” referindo-se aos seis clubes que “reconsideraram”.
“Esses clubes cometeram um grande erro mas agora estão de volta e eu sei que têm muito a oferecer não só às nossas competições mas a todo o futebol europeu”, escreveu.
Entre os clubes ingleses que fizeram “meia-volta”, o Manchester City e o Chelsea estão nas semifinais da Liga dos Campeões.
Os outros seis clubes dissidentes, liderados pelo Real Madrid, anunciaram que vão “reconsiderar os passos mais adequados para reformular o projeto”.
No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição previa ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco, qualificados anualmente.
A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
(Notícia atualizada às 9h13 com o elogio da UEFA ao abandono dos seis clubes ingleses)
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