REN quer investir quase mil milhões de euros em redes de energia até 2031

As duas propostas da REN de plano de desenvolvimento das redes nacionais de eletricidade e gás até 2031 totalizam 968 milhões de euros. A ERSE colocou-as esta segunda-feira em consulta pública.

A Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE) anunciou o lançamento de duas novas consultas públicas: uma sobre o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade ( PDIRT-E 2021) e outra sobre o Plano Decenal Indicativo de Desenvolvimento e Investimento na Rede Nacional de Transporte, Infraestruturas de Armazenamento e Terminais de Gás Natural Liquefeito para o período 2022-2031 (PDIRG 2021).

De acordo com o regulador, na proposta do PDIRT-E 2021, submetida esta segunda-feira a consulta pública, a REN, enquanto Operador de Rede de Transporte de energia elétrica, “propõe um montante global de 831,2 milhões de euros para o horizonte temporal 2022-2031”. Deste valor, precisa a ERSE, 392,0 milhões de euros são destinados ao quinquénio 2022-2026 e 439,2 milhões de euros relativos aos últimos cinco anos do horizonte do plano, 2027‑2031.

No entanto, avisa o regulador, a proposta de PDIRT-E 2021 sucede à entregue em 2019, ainda “sem aprovação até à data” e caracteriza-se pelo facto de “no seu horizonte temporal abranger ainda projetos aprovados em sede de PDIRT-E 2017”.

“De acordo com a informação mais atual que a ERSE dispõe, existe por concretizar entre 2020-2026 um total de 469,3 milhões de euros relativos a projetos já aprovados, mas recalendarizados/adiados pelo operador da RNT”, frisa.

Para um total de investimento previsto da ordem dos 831,1 milhões de euros ao longo dos dez anos de abrangência da proposta de PDIRT-E 2021, na primeira metade (2022-2026) os Projetos Base propostos totalizam 319,0 milhões de euros, enquanto os Projetos Complementares ascendem a 72,9 milhões de euros.

Entre 2027-2031 estão orçamentados 175,9 milhões de euros para Projetos Base e 263,3 milhões de euros para Projetos Complementares. Nos primeiros incluem-se remodelações, por obsolescência de instalações da rede; reforços para manutenção da segurança de abastecimento; criação de novos pontos de entrega; projetos no âmbito da Gestão Global do Sistema, associados à rede de telecomunicações de segurança e Centro de Despacho Nacional; e reforço da rede interna com ligação de Unidades de pequena Produção (UPP) e Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC).

Os projetos complementares dizem respeito à ao reforço da capacidade de interligação com Espanha, alimentação de clientes industriais (novas alimentações em Média e Alta Tensão); desenvolvimento do aproveitamento do potencial solar e eólico, dedicado à criação de corredores para receção de nova produção de energia renovável; e sustentabilidade (alterações da rede na região do Alto Douro Vinhateiro e em zonas urbanas de elevada densidade como Lisboa e Porto).

Hidrogénio verde pesa 43% na proposta de PDIRG 2021 da REN

Já na proposta de PDIRG 2021, a REN, que é a operadora da Rede Nacional de Transporte de Gás propõe um montante global de 136,7 milhões de euros para o horizonte temporal 2022-2031, dos quais 87,4 milhões de euros são destinados ao quinquénio 2022-2026 e 49,3 milhões de euros relativos aos últimos cinco anos do horizonte do plano, 2027‑2031.

Neste caso, a ERSE sublinha que “a proposta de PDIRG 2021, que agora se analisa, carateriza-se pelo facto de suceder à proposta de PDIRGN 2019, a qual até à data não teve ainda aprovação”.

Ou seja, a atual proposta da REN apenas inclui novos projetos ou projetos ainda não aprovados. “A proposta de PDIRG 2021 deve, por isso, ser interpretada como incremental face ao PDIRGN 2017, e ao montante de 50,9 milhões de euros que nele se encontra aprovado para ser concretizado entre 2018 a 2022, dever-se-ão adicionar 87,4 milhões de euros que o operador da RNTGN pretende também concretizar entre 2022 e 2026, todos classificados como Projetos Base, refere o regulador.

Nestes Projetos Base incluem-se 40,6 milhões de euros para projetos de remodelação e modernização da rede nacional de gás e intervenções para aumento da resiliência e adaptação às alterações climáticas e mais 36 milhões (43% do total) para projetos associados à introdução de misturas de hidrogénio na rede de gás (1% a 5% em volume até 2025 e de 10% a 15% em volume até 2030).

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