Zmar teme liquidação da empresa e extinção de 100 postos de trabalho
Sem saberem quanto tempo o espaço será objeto da requisição civil, o Zmar considera que o “alojamento de cidadãos dentro das instalações do Zmar, torna incompatível a normal utilização do resort".
A administração da Massa Insolvente do complexo turístico Zmar em Odemira (Beja) teme que a requisição temporária decretada pelo Governo conduza à “irremediável liquidação da empresa” e à “extinção de mais de 100 postos de trabalho”.
Em comunicado, a administração da MULTIPARQUES, empresa gestora do Zmar Eco Experience, sublinha que, “após a declaração de insolvência, a requisição civil veio provocar um grande desânimo entre os trabalhadores do Zmar que temem que esta decisão do Governo torne irremediável a liquidação da empresa” que tinha em curso um plano de recuperação.
A administração refere que “tinha dado indicações aos seus trabalhadores para retomarem os seus postos de trabalho no dia 03 de maio de forma a preparar a abertura, situação que teve de ser adiada” devido à cerca sanitária decretada para duas freguesias do concelho de Odemira.
Sem “previsão de quanto tempo o espaço será objeto da requisição civil”, a administração considera que o “alojamento de cidadãos dentro das instalações do Zmar, torna incompatível a normal utilização do resort” situado na freguesia de Longueira-Almograve (Odemira).
Perante esta situação, a administração da Massa Insolvente, em articulação com os proprietários, reforçou que “não prescinde de, na sede própria, fazer valer os seus direitos colocados em crise” pela requisição temporária decretada pelo Governo para alojar pessoas em isolamento profilático ou confinamento obrigatório.
As dificuldades financeiras do empreendimento levaram a empresa gestora a avançar para a insolvência, mas um acordo entre credores e um plano de investimento previa a reabertura do espaço em 28 de maio.
O Governo decretou uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de Covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, na passada quinta-feira. O chefe do Governo sublinhou também que “alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações”, relatando situações de “risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos”.
Na sexta-feira passada, o Governo determinou “a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional”, da “totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes” que compõem o complexo turístico ZMar Eco Experience, na freguesia de Longueira-Almograve (Odemira), para alojar trabalhadores em confinamento obrigatório ou permitir o seu “isolamento profilático”.
A requisição decretada pelo Governo é contestada por cerca de 20 proprietários com habitações no Zmar e o advogado Nuno Silva Vieira, que representa a maioria, afirmou que o complexo “não é apenas um parque de campismo, mas sim um espaço onde existem várias habitações particulares”.
Das 260 casas existentes no local, cerca de 100 são do complexo e “160 [são] de particulares”, indicou o advogado.
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