Willis Corretores de Seguros pode estar a mudar de mãos

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2021

A corretora portuguesa, controlada pela subsidiária espanhola da irlandesa Willis Towers Watson, será um dos negócios em processo de venda para viabilizar a fusão da matriz com Aon Plc.

A Arthur J. Gallager, registada e representada em Portugal através de filial sueca para desenvolver atividade em regime de livre prestação de serviços (LPS), está a negociar a compra de parte dos ativos que Aon e WTW devem vender para conseguirem aprovação da Comissão Europeia à planeada fusão. A corretora portuguesa Willis, sob domínio societário da filial espanhola da WTW, pode estar entre os desinvestimentos.

A corretora Arthur J. Gallagher & Co está em conversações para uma transação estimada em 3 mil milhões de dólares. De acordo com o Insurance Journal, fontes da Bloomberg que pediram anonimato disseram que as negociações com a Gallagher englobam operações em Espanha, Alemanha, França e Holanda, além das atividades de resseguro da Willis Towers Watson. O processo negocial ainda não está concluído, nem é certo que termine em acordo, ressalvaram as fontes.

A Gallagher é a 4ª maior corretora a nível mundial, segundo a agência A.M. Best, com um volume de negócios de cerca de 7 mil milhões de euros em 2019. É parceira da corretora Costa Duarte em Portugal.

A combinação entre Aon e WTW, uma fusão anunciada há pouco mais e um ano por 30 mil milhões de dólares, visa criar o maior grupo mundial na corretagem de seguros e consultoria de risco. A fusão gerou preocupações ao nível da concorrência no mercado e, após análise pela Comissão Europeia à luz dos procedimentos sobre concentrações, as proponentes terão assumido o compromisso de alienar parte dos negócios que têm no espaço económico europeu.

Segundo notícia recente da agência Reuters, as concessões assumidas pelas proponentes junto da DG da Concorrência da UE terão garantido a aprovação da fusão, esperando-se que o aval seja anunciado ainda no primeiro semestre.

A Willis – Corretores de Seguros, entidade distinta da Towers Watson Portugal, é uma sociedade constituída em 1956, e é detida em 99,95% pela Willis Iberia Correduría de Seguros y Reaseguros, por sua vez consolidada pela Willis Towers Watson Plc, com sede na Irlanda. Em consequência, as suas operações, transações e futuro são influenciados pelas decisões que afetem o grupo a que pertence, assume a empresa no documento de contas anuais (2019), divulgado em maio de 2020.

Caso a operação em Portugal seja excluída do pacote desinvestimentos, a corretora Willis será parte da nova Aon, designação da gigante resultante da fusão.

Em 2019, ano do mais recente relatório da corretora sediada em Lisboa e com um escritório no Porto, os
gastos com pessoal (incluindo remunerações dos órgãos sociais) rondaram 4,2 milhões de euros, encerrando o exercício com mais de 70 colaboradores.

Enquanto a despesa com fornecedores e outras contas totalizaram 5,68 milhões, as receitas (honorários e comissões) ascenderam a 8,09 milhões de euros (7,7 milhões em 2018), o resultado líquido ascendeu a cerca de 1,86 milhões, contra 1,8 milhões em 2018, montantes integralmente transferidos para os acionistas (WTW).

Ainda, segundo indica o relatório e contas de 2019, ano em que a corretora foi sétima entre as maiores do mercado nacional, as comissões auferidas provinham, por ordem descendente dos montantes reportados, das seguradoras Fidelidade e Tanquilidade/Generali, em conjunto a pesarem perto de metade dos honorários, seguidas da Allianz e Zurich.

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