Aumento dos salários em Portugal foi o 5.º maior da Zona Euro em 2020
Portugal destaca-se como um dos países da Zona Euro em que os salários mais aumentaram no ano da pandemia. O ritmo de subida vai manter-se em 2021 e em 2022.
Em 2020, ano marcado pela pandemia, o mercado de trabalho da União Europeia perdeu mais de três milhões de postos de emprego. Ainda assim, esta queda ficou meio milhão aquém da registada na crise financeira em 2009, apesar da queda do PIB ter sido maior agora, por causa de medidas de apoio ao emprego muito mais fortes. Esta resiliência do mercado de trabalho permitiu a subida dos salários na maioria dos Estados-membros.
Em média, na União Europeia, os salários subiram 0,9% e na Zona Euro cresceram 0,6%, de acordo com os números da Comissão Europeia divulgados nas previsões da primavera. Dentro dos países que partilham o euro, Portugal destaca-se pela subida dos salários de 2,9% em 2020, a quinta maior, apenas superado pela Letónia (5,3%), Lituânia (8,2%), Holanda (4,9%), Eslováquia (3,3%).
Porém, esta subida dos salários não foi transversal a todos os Estados-membros, existindo países onde caíram. No Chipre, os salários caíram em média 3,2%, seguindo-se a quebra de 2,7% em França, de 1,8% na Bélgica, de 0,7% no Luxemburgo e 0,1% na Finlândia. Na Grécia os salários ficaram iguais (variação de 0%).
No caso de Portugal, tal como mostraram esta quinta-feira os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a subida dos salários foi influenciada pela destruição dos empregos com remunerações mais baixas (beneficiando a média), os quais tendem a ser os primeiros afetados por uma crise. As estatísticas mostram que foram os trabalhadores jovens, com salários abaixo dos 900 euros e com contratos a termo os mais afetados pela pandemia.
No caso da crise pandémica, esse impacto ainda foi maior dado que o setor mais afetado foi o do alojamento e restauração (turismo), o qual tem uma percentagem maior de trabalhadores com o salário mínimo.
Salários vão continuar a subir em 2021 e 2022
As previsões da Comissão Europeia confirmam que o salário médio vai continuar a subir durante os próximos anos de recuperação económica.
Em média, na Zona Euro, os salários devem crescer 2,2% em 2021 e 2,4% em 2022. Este ano, além da retoma do mercado de trabalho, o salário médio deve beneficiar do aumento do salário mínimo uma vez que a maioria dos Estados-membros decidiu aumentá-lo, apesar da crise pandémica.
Em Portugal, os salários vão crescer 2,8%, acima da média da Zona Euro, tanto em 2021 como em 2022, mantendo praticamente o ritmo de 2020, mas sem recuperar a subida superior a 3% registada em 2018 (3,9%) e 2019 (3,5%).
Mas há países da Zona Euro em que as remunerações vão aumentar mais em 2021, como é o caso da Estónia (3,5%), França (4,2%), Letónia (3,9%), Lituânia (6%) e a Eslováquia (4%).
Este ano não haverá nenhum país com uma redução do salário médio. A subida mais pequena será registada em Espanha (0,5%), após um crescimento dos salários de 1,5% em 2020. Em 2022, os salários dos espanhóis vão crescer 2%.
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