Custo do trabalho sobe 7% com aumento do número de empresas em lay-off
Num trimestre marcado pelo aumento das empresas em lay-off, o índice do custo do trabalho subiu 7% por força, sobretudo, da redução das horas trabalhadas.
Nos primeiros três meses do ano, o custo do trabalho disparou 7%, face ao período homólogo, sobretudo por causa da redução das horas trabalhadas, indica, esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE). O arranque de 2021 ficou marcado pelo agravamento da pandemia e pela consequente passagem do país a confinamento, o que resultou num aumento do número de empresas em lay-off, regime que permite o corte dos horários de trabalho.
No primeiro trimestre de 2021, os custos salariais por hora efetivamente trabalhada aumentaram 7,6%, à boleia, diz o INE, da subida dos salários base, prémios e subsídios regulares e irregulares, o que, por sua vez, se explica, pelo menos em parte, pela destruição dos empregos com remunerações mais baixas.
Já os outros custos subiram 4,3%, entre janeiro e março, uma variação menos acentuada do que a da componente salarial, diferença que resulta da diminuição ou isenção do pagamento das contribuições sociais patronais das empresas que aderiram ao regime de lay-off simplificado ou ao apoio à retoma progressiva. Ou seja, neste caso, o efeito da redução das horas trabalhadas foi mitigado pelo “desconto” nas contribuições sociais implicado nos regimes extraordinários de apoio ao emprego.
Além disso, o custo médio por trabalhador subiu 1,9%, num trimestre em que as horas efetivamente trabalhadas caíram 4%, por força do encerramento temporário de muitas empresas e, consequentemente, pela adesão de um maior número de empregadores a regimes de lay-off (nomeadamente lay-off simplificado, apoio à retoma progressiva e lay-off tradicional).
O INE explica que essa redução das horas trabalhadas por trabalhador foi transversal a todas as atividades económicas e foi mais acentuada do que se tinha verificado no trimestre anterior, com exceção das atividades do setor público, nas quais o decréscimo foi menos acentuado, no arranque de 2021.
Por outro lado, na nota divulgada esta sexta-feira, é detalhado que no privado o índice de custo do trabalho cresceu 9,2% (com destaque para a indústria e para os serviços, com saltos de 9,4% e 9,3%, respetivamente), enquanto que no público aumentou apenas 3%, isto é, verificou-se um acréscimo homólogo “muito inferior” no emprego do Estado.
(Notícia atualizada às 12h05)
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