Bancos emprestam 5,5 milhões de euros por dia para comprar carro
Apesar da pandemia, os valores concedidos para aquisição de automóveis estão a acelerar. Nos primeiros três meses do ano foram concedidos quase 500 milhões de euros para este fim.
Março foi o mês em que os bancos concederam o maior valor em crédito ao consumo desde outubro de 2020, algo que se deveu, essencialmente, ao aumento do nível de financiamento para a compra de automóvel. Dados divulgados pelo Banco de Portugal mostram que, no terceiro mês do ano, 205 milhões de euros foram destinados a essa finalidade.
Assistiu-se a um forte aumento (54%) na concessão de crédito automóvel, nas suas diferentes modalidades, face ao mês anterior, período que ficou marcado pelo início do desconfinamento. Recorde-se que só a 15 de março é que os stands automóveis puderam voltar a abrir portas, sendo abril o primeiro mês completo de negócio para o setor em alguns meses.
O forte aumento registado nos montantes associados ao crédito automóvel em março fez com que nos três primeiros meses de 2021 os portugueses tenham obtido dos bancos um total de 496 milhões de euros para a aquisição de veículos.
Assim, entre 1 de janeiro e 31 de março, o montante das novas operações de crédito para fins automóveis alcançou, em média, os 165,3 milhões de euros mensais, valor que ganha um impacto ainda maior quando considerado o montante médio diário — foram 5,5 milhões de euros, em média, concedidos a cada 24 horas.
A média diária concebida pelas instituições financeiras aos portugueses através de créditos pessoais também chega ao patamar dos milhões de euros. Nesse caso, as famílias acederam a um total de 605 milhões de euros entre janeiro e março, inclusive — o equivalente a uma média mensal que ronda os 201,7 milhões de euros. Por dia, os portugueses receberam dos bancos, deste modo, cerca de 6,7 milhões de euros em créditos pessoais. Um montante que supera o referente aos novos montantes de financiamento automóvel durante esse mesmo período.
Mais baixa é, no entanto, a concessão de dinheiro por via de cartões de crédito e de outras modalidades semelhantes (linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto): 213 milhões de euros na totalidade do trimestre. Tal corresponde a uma média mensal de 71 milhões de euros, ou seja, os portugueses acabaram por receber, da parte dos bancos, 2,4 milhões de euros diariamente através destes mecanismos.
Bancos dão 1,3 mil milhões para o consumo
Contas feitas, os bancos a operarem em Portugal acabaram por disponibilizar às famílias uma quantidade considerável de dinheiro entre janeiro e março, considerando a globalidade dos diferentes tipos de contrato de crédito ao consumo (automóvel, pessoal e cartões de crédito). O montante total dos empréstimos assinados ascende, assim, aos 1.306 milhões de euros durante o primeiro trimestre do ano.
A média mensal fixa-se, assim, nos 435,3 milhões de euros. Isto é, os bancos concederam, por dia, um valor aproximado de 14,5 milhões de euros para este propósito. Ou seja, apesar de, durante este período de três meses, muitos terem sido aqueles que sofreram com os impactos da crise económica provocada pela pandemia do novo coronavírus, os portugueses não deixaram de recorrer à banca para concretizar os seus projetos.
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