Líderes europeus pedem às companhias para evitar espaço aéreo bielorrusso
Em pouco mais de duas horas, a UE concordou em reforçar as sanções económicas à Bielorrússia e pediu às companhias aéreas europeias que deixem de sobrevoar o espaço aéreo do país de Lukashenko.
Em sete pontos, o Conselho Europeu concordou em reforçar a lista de pessoas e entidades bielorrussas sujeitas a sanções económicas, que também serão agravadas em breve para o regime de Alexandr Lukashenko. Os líderes europeus pedem ainda às companhias aéreas europeias que evitem sobrevoar o território bielorrusso e preparam-se para banir as companhias bielorrussas de usarem o espaço aéreo da União Europeia ou de terem acesso a aeroportos europeus. Entretanto, já algumas companhias suspenderam os voos no espaço aéreo bielorrusso.
Os 27, reunidos em Bruxelas na segunda-feira, demoraram pouco mais de duas horas a entender-se sobre o assunto que caiu de repente em cima da mesa do Conselho Europeu: o ‘desvio’ no domingo de um avião da Ryanair da sua rota Atenas-Vilnius, para Minsk, onde foi detido o passageiro e jornalista Roman Pratasevich, a sua companheira, Sofia Sapega, e retidas mais três pessoas. As primeiras linhas do comunicado exigem, por isso, a libertação imediata de Pratasevich e de Sapega, a quem deve ser “garantida a liberdade de circulação”.
As medidas, no entanto, não entram ainda em vigor. As novas sanções têm ainda de ser propostas “sem demora”, pela Comissão Europeia ou o Alto Representante da Política Externa, enquanto outras medidas, como banir companhias do espaço aéreo ou o reforço da “lista negra”, têm de ser adotadas pelo Conselho “assim que possível”.
O Conselho Europeu pede ainda uma “investigação urgente” da Organização Internacional de Aviação Civil para este incidente “sem precedentes e inaceitável”.
Companhias suspendem sobrevoo do espaço aéreo bielorrusso
Algumas empresas adiantaram-se ao pedido dos chefes de Estado e de Governo europeus. Por exemplo, a alemã Lufthansa anunciou, ainda na segunda-feira, a suspensão das operações no espaço aéreo da Bielorrússia, tal como a letã Air Baltic e a escandinava SAS. Mas não estão sozinhas pois também a Air France e a Singapore Airlines concordaram em fazê-lo entretanto.
Num comunicado, a Air France indicou que, com base na decisão tomada pelos líderes da União Europeia (UE) na noite de segunda-feira, “suspende até novo aviso o sobrevoo do espaço aéreo bielorrusso pelas das suas aeronaves”.
A Singapore Airlines tomou o mesmo caminho. Segundo disse um porta-voz da companhia aérea à agência de notícias AFP, a empresa está a mudar a rota dos seus voos “para a Europa para evitar o sobrevoo do espaço aéreo bielorrusso” e continuarão a “monitorar a situação de perto”.
A holandesa KLM e a finlandesa Finnair tomaram já esta terça-feira decisão idêntica. Questionada pelo ECO, a companhia aérea portuguesa esclareceu que não terá de fazer qualquer alteração. “A TAP não tem qualquer rota que sobrevoe a Bielorrússia. A única rota da companhia em que isso acontecia era a de Moscovo, mas está suspensa desde o início da pandemia”, diz fonte oficial da empresa.
Esta terça-feira, também a Ucrânia anunciou a suspensão de todos os voos de e para a Bielorrússia, encerrando o espaço aéreo do país vizinho para as suas companhias aéreas, segundo anunciou o primeiro-ministro ucraniano, Denis Smigal, na sua conta na rede social Telegram. Também a Lituânia anunciou que vai proibir voos, de ou para o seu território, que cruzem o espaço aéreo bielorrusso.
(Notícia atualizada às 17h10 de terça-feira com resposta da TAP)
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