Pandemia suspende renovação da frota de ambulâncias do INEM

A pandemia está a limitar a capacidade de o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizar investimentos importantes, como a renovação das ambulâncias afetas aos bombeiros. Só no ano passado ficaram por substituir 75 viaturas, avançou o Jornal de Notícias (acesso pago).

O INEM tinha um saldo de gerência de 90 milhões de euros que, no final de 2020, estava reduzido a menos de 200 mil. A maior parte do valor foi usada para comprar equipamentos de proteção e ventiladores para o Serviço Nacional de Saúde. Mas era também desta reserva que o instituto dirigido por Luís Meira retirava alguns milhões por ano para renovar as ambulâncias sediadas nos bombeiros.

Entre março e abril do ano passado, o INEM entregou 19 milhões de euros à Administração Central do Sistema de Saúde e foi chamada a contribuir com 3,7 milhões para o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e com 67,2 milhões para a Direção-Geral da Saúde. Em declarações ao jornal, o INEM fala num “esforço coletivo” de combate à pandemia.

Numa reação à notícia, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, disse na RTP3 que “as ambulâncias são uma ferramenta imprescindível para o exercício de uma função que é de risco” e apelou ao Governo para que sejam entregues as novas ambulâncias que, segundo o responsável, foram acordadas anualmente a partir de 2017.

“O INEM deveria ter tido o cuidado de deixar no seu orçamento os valores correspondentes àquilo que é um acordo com a Liga dos Bombeiros Portugueses de que, nestes anos, a partir de 2017, seriam entregues 75 ambulâncias anualmente. Não foram entregues em 2020, para 2021 não vislumbramos que sejam entregues. É uma situação que a Sra. ministra da Saúde [Marta Temido] tem de tratar com o sr. Ministro das Finanças [João Leão]”, disse Jaime Marta Soares.

(Notícia atualizada às 12h02 com reação da Liga dos Bombeiros Portugueses)