Depois do Windfloat em Viana, EDP testa nova tecnologia eólica flutuante no mar das Canárias
EDP participa no consórcio europeu que está a desenvolver o projeto-piloto PivotBuoy, financiado em 4 milhões de euros pela UE. Plataforma será testada em alto mar, ao largo das ilhas Canárias.
A EDP está a expandir a sua aposta na energia eólica flutuante. Depois do Windfloat Atlantic, o parque eólico flutuante com três turbinas interligadas entre si e instalado ao largo da costa de Viana do Castelo (que entrou em operação no último ano e está já a injetar eletricidade na rede nacional), a EDP é agora uma das empresas parceiras do consórcio europeu que está a desenvolver o projeto-piloto PivotBuoy, financiado em quatro milhões de euros pelo Programa H2020 da Comissão Europeia.
Liderado pela X1 Wind, o projeto de inovação conta ainda com a participação da DNV, INTECSEA, ESM e DEGIMA e com o envolvimento dos centros de pesquisa WavEC, PLOCAN e DTU. De acordo com a elétrica, a plataforma eólica flutuante PivotBuoy já chegou neste momento às ilhas Canárias, depois de ter completado a fase de montagem, e prepara-se agora para partir para alto mar, onde irá iniciar os respetivos testes de produção de energia.
“Tendo como principais objetivos testar e dimensionar, em ambiente real, uma estrutura flutuante inovadora para produção de energia eólica offshore, o PivotBuoy pretende demonstrar que é possível reduzir o custo produção de energia até 50%. Para tal, foi criado um sistema, a uma escala 1:3, para ser testado no oceano Atlântico, no centro de testes offshore da PLOCAN a Plataforma Oceânica das Canárias”, revelou a EDP ao ECO/Capital Verde.
Até agora, o conceito do PivotBuoy, desenvolvido pela X1 Wind, foi apenas testado em laboratório. “Ao testar em ambiente real, o projeto também validará questões mais críticas relacionadas com a montagem, instalação e técnicas de operação e manutenção”, diz a EDP.
À semelhança do Windfloat Atlantic, o PivotBuoy tem também como objetivo desenvolver uma tecnologia que possibilite a produção eólica offshore em águas profundas, através de uma solução flutuante. Nestes dois casos, os sistemas são substancialmente diferentes, mas ambos apostam na tecnologia semisubmersível na sua plataforma.
A grande diferença deste novo projeto face às plataformas Windfloat, é que a nova solução tecnológica tem a particularidade de ser totalmente passiva, rodando em torno de um ponto único de amarração e posicionando-se no sentido da direção do vento mais forte, explica a EDP.
O projeto PivotBuoy também procura simplificar a cadeia logística associada ao transporte e instalação dos dispositivos no mar, utilizando embarcações de menor dimensão e custos mais reduzidos, e apostando em maximizar o número de operações em terra. “Esta solução visa ainda reduzir de forma substancial as quantidades de materiais a usar nestas plataformas, reforçando as vantagens ambientais destas soluções para produção de energia limpa. Além disso, ao reduzir o peso por capacidade instalada (toneladas por MW), reforça o potencial de redução de custos desta tecnologia”, sublinha a EDP.
A EDP, através do seu centro de investigação e desenvolvimento do grupo (NEW), centra a sua participação no projeto liderando a avaliação do custo de produção de energia desta tecnologia, do impacto socioeconómico e do plano de exploração.
“Aplicando a perspetiva de um possível utilizador final na globalidade do projeto, a NEW procura aferir a viabilidade técnica e económica do PivotBuoy, em escala comercial, no mercado emergente da energia eólica flutuante. Esse trabalho contribui para reforçar o compromisso da empresa enquanto líder da transição energética, apostando nas tecnologias de geração renovável e contribuindo para atingir as metas de neutralidade carbónica e cumprir a ambição de ser uma empresa 100% verde até 2030”, refere ainda a elétrica.
Já a escolha da Plataforma Oceânica das Canárias para testar esta tecnologia deve-se, sobretudo, às características do solo oceânico que são as mais adequadas ao tipo de ancoragem por gravidade que será feita neste projeto de demonstração. A plataforma está também dotada de infraestruturas que permitem que o cabo de transporte de energia possa ser diretamente conectado, “sendo este outro fator que contribuiu para esta escolha”.
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