Groundforce só vai pagar, para já, 85% dos salários de maio aos trabalhadores
Recibos de vencimento na empresa de handling serão emitidos esta quinta-feira e os pagamentos vão começar a ser feitos. Mas os funcionários vão ter de esperar duas semanas para receber a totalidade.
A Groundforce só vai pagar, esta semana, 85% dos salários aos trabalhadores, enquanto o restante deverá chegar às contas no prazo de duas semanas. A informação foi transmitida numa reunião entre a gestão da empresa de handling e os representantes dos trabalhadores, segundo apurou o ECO.
A retoma da atividade da aviação desde abril vai permitir à Groundforce pagar a maior parte dos salários de maio no prazo previsto. Esta quinta-feira serão emitidos os recibos de vencimento da totalidade dos salários e começarão a ser pagos, no mínimo, 85% do salário líquido de maio a cada trabalhador.
Há, no entanto, um buraco de 280 mil euros, valor esse que só poderá ser entregue mais tarde. A informação prestada aos trabalhadores é que o restante pagamento será feito previsivelmente antes, mas no máximo, até 10 de junho. Administradores e diretores só serão pagos após os restantes colaboradores já terem recebido a totalidade do ordenado.
Devido ao impacto da pandemia na atividade da empresa, a Groundforce entrou em rutura de tesouraria no início do ano, levando a que os salários de março tenham sido pagos com atraso. Na altura, o que desbloqueou 7 milhões de euros para regularizar a situação com os 2.400 trabalhadores foi um acordo de venda e aluguer de equipamentos à TAP.
Mas a empresa detida em 50,1% pela Pasogal de Alfredo Casimiro e em 49,9% pela TAP considerou, de forma unilateral, que estes contratos são inválidos e falhou o primeiro pagamento. Essa foi, aliás, uma das razões para a companhia aérea ter pedido a insolvência da Groundforce.
Casimiro tem defendido que o pedido de insolvência agravou a situação da empresa, mas, apesar disso, espera que a retoma da atividade se mantenha. Aos trabalhadores, disse que será possível pagar salários, impostos e alguns fornecedores a partir de junho. Nesse mês a empresa de handling espera também regularizar pagamentos em atraso aos trabalhadores referentes a feriados de abril.
Devido à situação financeira, Alfredo Casimiro está a tentar vender a empresa. Anunciou que contratou o banco Nomura para assessorar um eventual negócio de venda da sua participação e explicou que deu “instruções” para que seja dada “especial atenção” à operadora belga Aviapartner. Além desta, há ainda a possibilidade de a TAP reforçar a sua posição, caso a insolvência avance e a companhia aérea peça a conversão dos créditos em capital, como já sinalizou pretender.
(Notícia atualizada às 17h10)
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