Setor das viagens castigado em bolsa com Portugal fora da “lista verde”

Várias empresas europeias de viagens e lazer continuam sob pressão na bolsa, depois de o Reino Unido ter decidido tirar Portugal da lista verde.

Boris Johnson deitou um “balde de água fria” sobre as férias de milhares de cidadãos britânicos, mas também sobre a recuperação do turismo português. Ao obrigar a quarentena a quem regresse de Portugal, dispararam os cancelamentos e afundaram as ações das empresas expostas ao setor.

Anunciada em pleno feriado de quinta-feira, a decisão do primeiro-ministro britânico de retirar Portugal da lista verde está a pressionar significativamente o valor das empresas de viagens e lazer. Depois de o choque ter tirado mais de dois mil milhões de libras a seis empresas expostas ao setor entre quarta e quinta-feira, várias ações continuam em queda na atual sessão.

O grupo IAG, dono da British Airways, desvaloriza 1,75% em Londres esta sexta-feira, para 194,71 libras, depois de uma queda de 5,36% na quinta-feira. Porém, não é a única ação em trajetória de aterragem entre as companhias aéreas.

As duas principais empresas de aviação low-cost também estão a perder valor. É o caso da easyJet, que derrapa 1,58%, para 944,02 libras, prolongando a queda de 5,08% registada na sessão anterior. Mas também da Ryanair, que recua 1,62%, para 16,11 libras, depois de uma desvalorização de 4,52% na sessão da véspera.

O pessimismo contagiou outros setores. A fabricante de motores de aviões Rolls-Royce perde 2,86%, para 106,54 libras, na sequência do recuo de 2,33% de quinta-feira. A empresa aluga os motores às companhias aéreas e cobra-lhes um valor por cada hora de voo. Menos voos significam menos receitas.

Mas também há exceções. Uma delas é o operador de tours TUI: depois do recuo de 4,43% na quinta-feira, as ações da empresa alemã seguem a recuperar “terreno”, negociando com um ganho de 1,52%, para 4,95 euros, no segmento eletrónico da bolsa de Frankfurt.

Outra é o grupo hoteleiro InterContinental, dono da marca Holiday Inn, que recupera 0,28%, para 4.944,6 libras, na sequência da queda de 2,28% anterior.

Feitas as contas, o Stoxx Europe 600 Travel & Leisure (ticker “SXTP”), um índice que agrega 17 empresas europeias do setor das viagens e lazer, desvaloriza 0,31% esta sexta-feira, para 265,23 pontos. Mas continua em forte alta no acumulado do ano, tendo valorizado 18,25% desde o princípio de janeiro e 34,70% nas últimas 52 semanas.

A exclusão de Portugal da “lista verde” do Reino Unido apanhou os cidadãos e empresas de surpresa. Segundo o The Guardian, são várias as críticas dos gestores ao Governo britânico, que terá prometido que sinalizaria uma decisão deste tipo com alguma antecedência. Em reação ao anúncio, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal disse ser uma medida “cuja lógica não se alcança”.

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